A oposição aos Milagres |
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Racionalistas
e teólogos
NÃO ADIANTOU -
Como vimos em artigos anteriores, na secular polêmica pró e contra o
milagre, ficou claro que os racionalistas e os modernistas, de ontem
e de hoje, "argumentam" só com tergiversações e deturpações
falsamente teológicas e falsamente filosóficas sobre a imutabilidade,
santidade, transcendência... de Deus. Pelos argumentos apresentados, parecia que só faltava proclamar a vitória dos defensores do milagre, também nesta segunda fase da polêmica (a primeira fase foi a deturpação da própria definição de milagre). Mas não foi e não é assim, até hoje. Precisamente porque o intuito dos racionalistas não era a busca da verdade, senão um preconceituoso naturalismo e aversão contra a religião dominante: o Catolicismo. O racionalistas passaram então a uma terceira fase. A principal. Sua característica. Encastelaram-se no que eles mesmos consideravam seu reduto inexpugnável e próprio: a ciência de observação. Nela muitos deles, em seus campos específicos, real e com méritos se destacavam. Esperavam que, apoiando-se na ciência de observação, encontrariam, e com efeito encontraram, a simpatia espontânea de muitos cientistas em outras especialidades, mas sem conhecimentos de parapsicologia em geral ou de estudo dos milagres em particular. E entre os simpatizantes -quem o diria!- logo foram e cada dia mais contando-se teólogos, modernistas e "modernizados", irrefletidamente deslumbrados pela "ciência de observação". ---- Mas o real e merecidamente indisculpável, procedimento que haveria que tachar de doentio, é que por preconceito ou má vontade, negavam-se a analisar quaisquer fatos que, mesmo de longe, pudessem parecer milagres. Que cientistas são esses que rejeitam fatos que nunca estudaram? O REDUTO INEPUGNÀVEL - Segundo o racionalismo "científico", as forças da natureza não podem deixar de agir. O efeito estaria determinado pelas leis imutáveis da natureza. Determinismo absoluto. 1) Uns poucos racionalistas, o determinismo absoluto, a imutabilidade das leis da natureza, na segunda fase pretendiam fundamenta-la no conceito que eles erradamente apresentavam como a própria imutabilidade divina. Agora, nesta terceira fase, partiam da imutabilidade da própria natureza, assim constituída por Deus. 2) A maioria dos racionalistas, porém, nesta terceira etapa, prescindiam de Deus, frisavam unicamente a ciência de observação. Partiam do pressuposto de que em tudo há leis fixas, imutáveis, determinismo absoluto, e à ciência corresponde encontrar essas leis. O milagre, diziam, é impossível por ir contra o determinismo absoluto, e por isso mesmo contra a ciência. É o que nos cabe agora analisar. A BOMBA LANÇADA PELOS DEFENSORES - Mas abramos, primeiro, um parêntese. Os defensores do milagre objetaram com toda razão, objeção radical por excelência, que o ataque dos racionalistas não se apoia nos fatos! Não é, por conseguinte, científico. Não se lhes pode conceder nenhum valor. Porque as teorias não podem negar os fatos, é do estudo dos fatos que há que tirar as teorias. A objeção é fundamental. É uma bomba arrasadora. Peço aos meus prezados leitores que tenham esta objeção fundamental sempre presente durante a exposição a seguir. Do contrário nem seria conveniente aludir a tantas tolices e elucubrações meramente no ar, dos racionalistas, pois poderiam arrastar a grave erro algum leitor desprevenido, como arrastaram inclusive aos desprevenidos teólogos modernistas antigos e "modernizados" de hoje. "MURROS NO AR" - Antes de continuar, abramos outro parêntese. Observará o leitor que os racionalistas, pretensamente em defesa da ciência, falam que se existissem milagres "não poderíamos estar certos de nada", "toda certeza natural ficaria abalada", e outras muitas expressões análogas, como veremos logo mais. *** Disparam contra supostas intervenções sobrenaturais feitas a bel-prazer, mais ou menos constantes, em qualquer ambiente, sem altos motivos superiores, etc. ---- Ora, os defensores atribuem o milagre unicamente ao Ser Infinito em discrição, santidade, bondade, sabedoria etc. Assim todos esses ataques na realidade atingem outro alvo: demônios, espíritos de mortos, exus, orixás, gnomos, fadas, ondinas... Os ataques dos racionalistas, apesar de serem meramente teóricos, sem fundamento nos fatos, quando aplicados ao milagre divino, têm nessa ordem teórica muita força só quando aplicados ao alvo contra o qual na realidade disparam, pois apoiados no senso comum. Nada valem contra o milagre divino. Intencionalmente pretendem confundir os observadores do debate. Isto suposto fechemos o parêntese, mas tenhamo-lo sempre em conta. Fechados os parênteses, ouçamos diretamente alguns dos mais significativos líderes que se encastelaram no "reduto inexpugnável" (?) do racionalismo "científico" (?). Nova sarta de disparates* Baruck de SPINOZA - Em 1670 escrevia, agora pretensamente em defesa da ciência de observação: "Se pudéssemos conceber que as nossas noções (científicas) estão sujeitas a ser modificadas por uma potência, seja qual for, duvidaríamos da verdade (das afirmações da ciência) e não poderíamos estar certos de nada". * Emmanuel KANT - Em 1794 "filosofava " no ar e errava completamente o alvo, repetindo quase as mesmas palavras, citadas, de Spinoza. Kant pretendia reforçar ainda mais o ambiente racionalista: "A certeza do milagre faria perder a confiança em tudo (?) aquilo que passava por seguramente conhecido (?). Num mundo encantado (?) privado das leis da experiência (?), a razão não oferece mais nenhuma utilidade. Não se conhece mais (?) que nossa ignorância". * O Modernista Padre Nicolás De MALEBRANCHE - Também no fim do século XVIII põe na boca de Jesus Cristo estas palavras, na realidade contraditórias: "Não imagine que meu Pai, por vontades particulares, determina todas minhas vontades (...) e as dos santos (...) A ordem imutável é minha regra e minha lei inviolável (?). Eu posso tudo, mas não posso querer nada que seja contrário (à ordem imutável da natureza!). Deus quer a ordem imutável e necessária (?) de uma vontade imutável e necessária. Assim tudo aquilo que nós (o próprio Jesus Cristo e a intercessão dos santos) fazemos chamado milagroso, Deus o executa em conseqüência das leis gerais (?) que estabeleceu e que são desconhecidos por ti".
* Jules SIMON -- O compilador das obras de Malebranche,
retoricamente se perguntava e respondia a si mesmo, em 1840: "Sobre o
que repousa a ciência? Sobre a regularidade das leis da natureza. Quais são
suas conquistas diárias? A demonstração de uma nova lei e de uma nova
analogia entre as leis já conhecidas. Se não soubéssemos de antemão
que a natureza não procede ao acaso, não pensaríamos em racionar e em
fazer experimentos. Como poderíamos dirigir nosso caminhar, medir nossos
progressos, fixar nossos conhecimentos? (...) Ora, se a ciência manifesta
que a unidade, a imutabilidade e a harmonia dominam completamente o mundo,
como é que se poderia introduzir uma vontade caprichosa (?), movimentos
desordenados (?), contínuas (?) derrogações das leis? (de novo a definição
espúria, vencida na primeira fase da polêmica). Se fossem admitidas tais
hipóteses, sucumbiria tudo o que sabemos de Deus (agora a ultrapassada
segunda fase da polêmica) e tudo o que sabemos do mundo". * Ernest RENAN -- O ex-seminarista, depois anticlerical, afirma na sua obra filosófico-racionalista principal ("Histoire du Peuble d´Israel", 1893): "Se existir uma força mutável que pode modificar a seu bel-prazer (?) as leis do universo, será vão todo cálculo" (...) "Se se dissesse a um meteorologista: 'Atenção, você trata das leis naturais, mas elas não existem, é uma divindade benévola ou zangada a que produz fenômenos que você acredita serem naturais'; a meteorologia não teria mais razão de ser. Se se dissesse a um médico: 'Você trata das causas das doenças ou da morte, mas é Deus que golpeia, cura, mata', o fisiólogo responderia: 'Suspendo minhas pesquisas, dirigi-vos ao taumaturgo(taumaturgo=milagreiro)'". E acrescenta Renan: "Estes negações não são em nós o resultado da exegese. (É claro que não. São meramente supurações do preconceito). Só por admitir-se a existência do sobrenatural (Eis o verdadeiro trauma dos racionalistas), fica-se fora de ciência". E ainda em outro livro ("Les Apôtres", 1886, magnífico em muitos aspectos científicos; pena que estragado pelo racionalismo apriorístico contra os milagres) chega ao cúmulo do racionalismo quando afirma: "Uma regra absoluta (!?) da crítica é não dar lugar nos relatos históricos às circunstâncias milagrosas". * Adolf Von HARNACK -- No final do século XIX, também este teólogo protestante alemão, eminente historiador do cristianismo, estraga em 1906 toda sua volumosa obra, que seria de grande valor histórico se não estivesse claramente impregnada do preconceito racionalista (os protestantes racionalistas foram chamados liberais). Tem a honestidade de reconhecer e o mérito de provar que os ataques dos racionalistas à historicidade dos evangelhos não têm fundamento: "Na crítica das fontes do cristianismo estamos sem dúvida dando marcha à ré (apesar de que os modernistas parece que não se inteiraram) e voltando a Tradição". Contra os racionalistas reconhece e com muito mérito apresenta provas incontestáveis da antigüidade da Tradição em que se fundamentam os evangelhos de São Marcos e São Lucas. Mas por puro preconceito acrescenta com os racionalistas e modernistas: "Isto, porém, não os torna mais dignos de crédito (?). O elemento milagroso que neles abunda tira-lhes toda sua autoridade" (?!). Pelo mesmo motivo admira em São Lucas sua "credulidade colossal (?!) Está fora de dúvida (?) que tudo (?) o que acontece no espaço e no tempo está sujeito às leis universais do movimento e, portanto, os milagres, por serem infrações (?) da ordem natural, não podem existir". * L. BÜCHNER -- Com a mesma tranqüilidade, sobre tais apriorísticos pressupostos, este líder do liberalismo melodramaticamente converte o milagre na mais espantosa tragédia: "Como seria possível que a ordem imutável (?) com que se movem as coisas viesse talvez a ser turvada, sem que se produzisse uma divisão irreparável? Sem que se abrisse no universo um abismo irrejuntável? Sem que nós e tudo ficássemos abandonados a um doloroso arbítrio? Sem que toda a ciência se tornasse uma brincadeira infantil?". * RUSSEL WALLACE -- Grande naturalista. E um dos pioneiros da parapsicologia, embora às vezes bastante desorientado, afirma: "As grandes descobertas físicas recentes induziram a maioria das pessoas cultas ao firme convencimento de que o universo está governado por leis amplas e imutáveis, sob as quais todos os fenômenos podem chegar a classificar-se, e às quais nenhum fenômeno pode jamais ser contrário. Por conseguinte, se consideramos o milagre uma violação (?) de tais leis, cumpre admitir que a ciência moderna não sabe onde colocar o chamado milagre". * John TYNDALL -- Quase as mesmas palavras de Spinoza, já citadas, repetirá este outro líder irlandês do racionalismo "científico" no fim do século XIX: "Toda certeza natural ficaria abalada pela possibilidade do milagre (?); não seriam mais dignas de crédito as conclusões que se fundam sobre a perpetuidade das leis da natureza"(?). ---- A nenhum deles seria preciso responder. Estão sempre dando "murros na ar" e errando o alvo...O que dizem os racionalistas só se aplica a espíritos de mortos, demônios, exus e orixás, mahatmas, etc., etc. JÁ NO SÉCULO XX * Padre SAINTYVES repete: "Se Deus pudesse derrogar (?) ao bel-prazer (?) (...) as leis físicas (...), seriam ao mesmo tempo necessárias e contingentes: necessárias , mas de modo provisório; e contingentes, mas de maneira intermitente. Isso, por outra parte, não poderia ser assim sem provocar os protestos dos sábios que teriam pleno direito de dizer que tal teoria abala o principio cientificamente demonstrado: 'as mesmas causas produzem os mesmos efeitos (No milagre age outra Causa!). O que se poderia fundar sobre tal necessidade contingente? Seria em toda a sua beleza o regime do arbítrio (?) erigido em ideal, Deus equiparando-se a qualquer sultão oriental" ---- Como sempre respondemos que erram o alvo: merecidamente destroem o espiritismo, o satanismo, etc, mas o milagre divino fica incólume. * Gabriel SÉAILLES -- Pretendendo bancar o grande conhecedor da alma humana, atreve-se a proclamar: "O milagre concebe-se hoje como um processo pueril, infantil, indigno de uma alta inteligência. Por seus princípios como por suas conclusões a ciência elimina o milagre. Quando se reflete que os mundos lançados aos milhões na imensidão silenciosa obedecem à soberania das leis, não se compreendem esses pequenos rasgões feitos arbitrariamente (o alvo!) na trama dos fenômenos. Esses pequenos golpes de Estado (?) são jogos dignos no máximo de um gênio dos contos de fadas" * Claude BERNARD -- O inegavelmente grande médico e de grande influência na metodologia científica, como se a ação de Deus fosse uma peculiaridade da fisiologia, atreveu-se a "dogmatizar" com referência ao milagre, do qual nada ou muito pouco entendia: "A admissão de um (milagre), o que equivale a dizer indeterminável nas suas condições de existência, é nada mais nada menos que a negação da ciência" Etc., etc.
* "Dicionário LAROUSSE"
-- A tolice é contagiosa. A mentalidade racionalista chegou a
imperar tranqüilamente a partir do fim do século XIX até hoje, como se
fosse indiscutivelmente, pacificamente, científica. Todas as bobagens têm
eco universal. Assim, permita-me o leitor citar mais um disparatado
testemunho por ser bem significativo dessa pacífica aceitação geral do
preconceito. Nada menos que o celebérrimo "Dicionário LAROUSSE" nos diverte com estas "garantias": "Que um só milagre seja possível, e nós deveríamos jogar ao fogo nossos livros, fechar nossos observatórios e nossos laboratórios, construir ao acaso nossas máquinas, nossos navios, nossos caminhos de ferro (...) O estudo das ciências não tem outro atrativo senão o de apreender as relações das coisas, o de descobrir-lhes as leis constantes, o de verificá-las pela experiência e o de coordená-las num sistema de mais a mais geral. Que um só fenômeno pareça fugir à lei, e o sábio se turva (que bom seria que se turvasse mesmo, e assim pudesse sair da lavagem cerebral reinante e assim procurar a outra Causa, não natural, que interveio) e se vê obrigado a confessar que sua teoria é falsa e incompleta (...) Se ele pudesse supor por um instante que esse fenômeno é devido à intervenção fortuita (?) de uma causa que escapa à sua compreensão, jogaria imediatamente pela janela sua retorta ou seu compasso (para ser racionalista há que ser ateu ou a toa?); que segurança lhe oferecia agora habitar num globo que o brinquedo (?) de uma mão desconhecida poderia a todo minuto (?), a todo segundo (?), lançar fora da sua órbita e precipitá-lo no abismo?" - Preciso responder? Falamos de milagre ou de palhaçadas "a todo segundo" atribuídas a exus, demônios, etc.? E não satisfeito com essa bufa sarta de despropósitos, oriundos do mais ridículo preconceito ou má vontade, pois não pode ser tão ignorante nem tão imbecil "o mais famoso dicionário do globo em que habitamos", ainda tem fôlego para uma gorjeta irônica: * "Que bela invenção essa dos milagres! Como ela realça a dignidade do homem e o poder de Deus!". ---- "Que bela invenção" ou pontaria de míope a dos racionalistas! Plenamente errando o alvo em nome de sua "ciência", sem analisar determinados fatos. E uma multidão de palhaços atrás batendo palmas. DIÁLOGO COM OS TEÓLOGOS "MODERNIZADOS" - Hoje a imensa maioria dos teólogos católicos, com total "irreflexão teológica" repete os mesmos mal-intencionados disparates dos racionalistas e dos modernistas e dos liberais protestantes. Sem a mínima reflexão. Tentemos dialogar com os "grandes" líderes "modernizados". *** ( argumentos) ---- (respostas) * Padre Louis EVELY -- Escreve com ares de mestre: *** "O milagre nos reconduz à idade infantil ao parecer submissa a vontades misteriosas..." ---- "Infantil": Que vontade, a dos pais? A de Deus? Tentemos dialogar com um dos "grandes" líderes "modernizados". *** "...e caprichosas". ---- As dos desequilibrados? As de Deus? Olha o alvo... *** "O milagre parece uma sobrevivência da explicação pré-científica..." ---- O que mais se discutiu nos últimos séculos e mais se estuda hoje pela parapsicologia, científica, por serem imensamente mais importantes que os extra-normais e que os para-nomais, são precisamente os fenômeno supra-normais. *** "... que quer persistir em ilhotas, sem cessar reduzidas no nosso mundo atual". ---- Lamentavelmente isso é verdade, por culpa do racionalismo... E em conseqüência, por desconhecerem os verdadeiros fenômenos supra-normais aumentam vertiginosamente, cada vez mais, as religiões e seitas inventadas pelos homens, apoiadas, até interesseiramente, em fenômenos extra-normais e para-normais como se fossem supranormais (milagres). *** "É necessário conservar a Deus pelo milagre uma espécie de pequena soberania temporal, um 'Estado do Vaticano' entre as grandes potências das ciências?" ---- Das ciências que não estudam os fatos parapsicológicos? Que sem estudo dos fatos em questão os negam? Se tomássemos a sério os "modernizados", se não soubéssemos que é tudo preconceito doentio e "irreflexão teológica", seria mais certo perguntar: é necessário conceder aos "modernizados" de hoje (como aos racionalistas etc.) uma pequena sombra de inteligência e metodologia realmente científica, como "pequenas ilhotas" no vasto mar "das grandes potências intelectuais e metodologia verdadeiramente científica, a partir dos fatos e não de meras teorias? *** "O milagre é inconcebível para a ciência". ---- Que apriorismo! A ciência não pode excluir nenhum milagre antes de estudá-lo. À ciência cabe simplesmente descobrir a realidade. *** "A Ciência sabe bem que não conhece (todas) as leis da natureza, ela as descobre sem cessar". ---- Exato. Não conhece todas as leis. Não conhece todas as possíveis realidades. Descobre sem cessar outras leis. E outras realidades. Por que "esquecem" isso? Por que se fecham a descobrir a realidade de "fatos em nosso mundo por força não do nosso mundo"? *** "Então, como poderia a ciência reconhecer qualquer coisa que, em definitivo, supera as leis? A única atitude científica perante um fato extraordinário é procurar-lhe a explicação". ---- Precisamente: cabe à ciência estudar o fato que acontece no nosso mundo e verificar se esse efeito exige uma Causa que "em definitivo supera as leis" da natureza. Pelo ambiente -observar o ambiente também pertence à ciência- poderá deduzir qual é essa Causa. Os racionalistas etc. não têm cabeça para dos fatos deduzir sua origem? *** "A única atitude científica perante um fato é procurar-lhe a explicação" (...) ---- Isso, exatamente isso. Perante um fato, há que procurar a explicação real, ver se é natural ou se é superior à natureza. Não simplesmente nega-lo sem nem sequer olhar para ele. *** "Quando o Infinito tomba no mar, Ele se faz peixe', diz um provérbio japonês. Se Deus interviesse na história, seria como o homem, e se interviesse no mundo físico seria natureza" (...) ---- Se um racionalista ou "modernizado" algum dia lapida uma pedra se converte em pedra? Será que o preconceito cego chega a identificar o cérebro dos racionalistas com as pedras? E se um dia cuidam dos porcos... *** "O milagre confirmou a fé dos nossos ancestrais mas dificulta a nossa. O cristianismo há estado ligado à existência do maravilhoso. Isto é, para quase todos nós a um estado de civilização ultrapassada". ---- E porque assim pensam os racionalistas e tão numerosos "modernizados" hoje ("cegos guias de cegos" - Mt 15,14), a "civilização" "guiada" por eles tem uma fé anêmica, sem provas, subjetiva, irracional, infantil. Cegos guiados por cegos, atrás de falsos profetas (Mt 24,11.24; Mc 13,22) e amigos de toda classe de fábulas (2 Tm 4,4). Ficaram como baratas tontas, rodopiando atrás de pentecostais, carismáticos, esotéricos, espíritas e inumeráveis seitas em busca de milagres falsos, contínuos, sobre os quais pretendem flutuar, fanatizados. Ou então os que "se libertaram" daquela "civilização ultrapassada" perdem a fé. De quem é a culpa? Tenham um pouquinho de ciência, estudem os fatos, e tenham um pouquinho de "reflexão teológica". *** "É por respeito ao verdadeiro sobrenatural que os cristãos de hoje desconfiam do maravilhoso". ---- Que "cristãos de hoje" desconfiam do maravilhoso? Não os cristãos que como os da "civilização ultrapassada" estão firmes na fé (1 Cor 15,58; 16.13; 1 Pd 5,9) inclusive até o martírio se necessário, e que sabem dar razão da sua fé (1 Pd 3,15). Só os cristãos que vão atrás dos modernistas e "modernizados", esses freqüentes cristãos de hoje sempre vacilantes e que ante qualquer ventinho trocam de religião (o próprio Louis Evely acabou abandonando seu sacerdócio).
* Padre LEON-DUFOUR -- Outro "grande" líder hoje,
reclama absurdamente contra dois verdadeiros cientistas que aceitam,
porque os estudaram!, os fatos supranormais. Trata-se de um livro do diretor do Escritório de Constatações Médicas, de Lourdes, dr. Alphonse Olivieri, sobre os milagres lá comprovados e dos comentários do psiquiatra dr. Charles Nodet numa revista. Contra a sensata posição desses dois cientistas leigos, o padre Léon-Dufour disparata: "Mas hoje são numerosos os que não podem mais admitir intervenção divina entre as causas naturais. Deus seria um charlatão. Deus só se imporia a mim, quando eu não consigo encontrar a explicação natural? Sem falar de que raciocinar assim seria fazer do milagre um simples ato de poder". ---- Tentemos dialogar. *** Dizia Dufour: "Mas hoje são numerosos os que não podem mais admitir intervenção divina"... ---- Concordo. Sim. A maioria dos teólogos são "modernizados"! Mas número não é qualidade. *** "Deus seria um charlatão" ---- O que tem a ver o milagre com charlatanice? Erram o alvo. Confundem o milagre extraordinário com as pretendidas intervenções e expulsões de demônios ou espíritos de mortos..., que seriam corriqueiras. *** "Deus só se imporia a mim, quando eu não consigo encontrar explicação natural?" ---- Claro que Deus tem outros modos de dispor as coisas "suavemente": é a chamada Divina Providencia, normal ou especial. Nem sempre precisa ser "fortemente": pelo milagre ("suaviter et fortiter disponens omnia" -- Vaticano I e Sb 8,1). Se realmente ficar evidente que ninguém "consegue encontrar "explicação natural", essa é precisamente a prova de que é um fenômeno sobrenatural, supranormal, SN, "critério único suficiente e necessário" para aceitarmos a verdadeira revelação divina entre milhares de religiões e seitas inventadas pelo homem ("Criterium unicum sufficiens et necesarium revelationis suae"). *** Continua Dufour : "O milagre é um acréscimo de poder?" ---- Isso é também o milagre, tão "acréscimo" às puras forças da natureza, que é supranormal! *** Etc., etc. ---- Enfim, o que responder a tanto preconceito sem provas? Concordo com um eminente jesuíta, especialista no estudo dos milagres. Pe. Bonniot: "Os racionalistas falham ao seu dever de filósofos mormente na idéia que fazem do milagre (...) O milagre teria como características 'uma vontade caprichosa, movimentos desordenados, perpétuas derrogações da lei' (Se não fosse pela lavagem cerebral, pelos preconceitos ou má intenção, como poderiam errar tanto o alvo?!). Se afirmam que hão deduzido essas características de olhar verdadeiramente ao milagre, tomamos a liberdade de responder que, pela alta estima que temos da sua inteligência, não acreditamos" que verdadeiramente olharam para a realidade. Porque se dissessem toda essa sarta de disparates após haver olhado a realidade, aí teríamos de duvidar da sua inteligência... EPIDEMIA GLOBAL - Proliferou tanto o vírus do racionalismo, que também foi contagiada a imensa maioria das pessoas de alguma cultura, inclusive as mais distanciadas do problema específico dos milagres ou de fenômenos supranormais... Poderíamos dizer que basta saber ler para ficar continuamente expostos ao contágio. Uma verdadeira lavagem cerebral. * Como constatava Mons. Mignot, arcebispo de Albi: "À hora presente e para muitos homens, os milagres são mais um obstáculo à fé que um motivo para crer. A inteligência moderna, talhada no mundo que se diz científico (...), encontra-se certamente pouco à vontade perante o milagre". * O contágio alérgico ao milagre, alastrando-se entre o público ao menos levemente culturizado, fazia exclamar a outro defensor do milagre, pe. G. Fulliquet, no começo do século XX: "Esta mentalidade popular 'científica' existe muito realmente, seria pueril ignora-la ou negligencia-la (...) Há uma repugnância instintiva, uma repulsa aberta e forte ao milagre. É suficiente que o catolicismo se apresente ligada a certos fatos milagrosos, é suficiente que um livro (o Evangelho) relate acontecimentos milagrosos, é suficiente que um homem, sob uma forma qualquer (como os defensores de milagre ou parapsicólogos que hajam estudado os fenômenos SN) mostre acreditar no milagre, para que se eleve como um obstáculo invencível, uma suspeita indestrutível e para que a evangelização (ou a divulgação verdadeiramente científica) seja completamente paralisada". A LEI DA GRAVIDADE - Escolhamos a mais conhecida lei da natureza. A lei da gravidade confirma o determinismo absoluto? Um avião voar não é contra a lei da gravidade. Pelo contrário: a confirma, porque os motores, a velocidade, o formato das asas, etc., "outra força" tem de trabalhar firme... Igualmente a telecinesia parapsicológica não suspende, não derroga, não contraria a lei da gravidade. É outra força. Pe. Oscar G. Quevedo S.J |