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Uma das maiores
autoridades mundiais
em Parapsicologia, padre Oscar
González-Quevedo diz que os
milagres verdadeiros são raríssimos
Desmistificar falsas crenças e superstições para encontrar os verdadeiros
milagres. É assim que o padre jesuíta Oscar González-Quevedo, de 73 anos,
define seu objetivo de vida. Formado em quatro faculdades e doutor em
teologia, ficou conhecido mundialmente por suas investigações na área da
Parapsicologia. Em 1970, fundou o Centro Latino-Americano de Parapsicologia
(CLAP), em São Paulo, entidade dedicada ao estudo de fenômenos incomuns. É
ali que ele passa parte de seu tempo, ministrando cursos e pesquisando numa
imensa biblioteca dedicada ao assunto. Quevedo gosta de dizer que nenhum
padre investigou ou teve contato com tantos milagres quanto ele. Nascido em
Madri, capital da Espanha, e naturalizado brasileiro, padre Quevedo tem
tanta devoção a Nossa Senhora de Guadalupe que se diverte com seus
visitantes dizendo que milagre mesmo é encontrar uma sala no CLAP que não
tenha pelo menos uma imagem dessa santa padroeira das Américas. “De todas
visões de Nossa Senhora, a de Guadalupe é a que possui mais milagres”,
afirma.
O que o
levou a estudar fenômenos misteriosos?
Eu tinha
dois tios, um era espírita e o outro, adepto da teosofia de Helena Blavatski.
Incentivado por eles, ainda na infância, comecei a ler livros que falavam de
ocultismo, bruxaria, espiritismo e outros assuntos semelhantes. Mais tarde,
eles se converteram ao Catolicismo e eu segui a vida religiosa.
Impressionado com a quantidade de falsos milagres e de superstições, decidi
investigar esses fenômenos e dedico minha vida a estudar o incomum.
E
conseguiu encontrar os verdadeiros milagres?
Sim. Mas
eles são raríssimos e enormemente superiores a todas as outras coisas
consideradas milagres por ignorância. Milagres são uma força, não do nosso
mundo, mas que intervém no nosso mundo e, portanto, superior às forças da
natureza. Eu diria que o milagre é a assinatura de Deus, confirmando o que
Ele revelou.
O que
revelam os milagres?
O
milagre é sempre um sinal, significa que alguma mensagem está sendo
transmitida. Por exemplo, por que o braço direito de alguns santos
manteve-se incorrupto ao longo de séculos? Porque eram santos esmoleiros.
Por que, dentro de um crânio onde hoje só existem ossos, a língua de São
Nepomuceno ficou incorrupta? Porque ele era o confessor da rainha e nunca
revelou ao rei o que ouvira em confissão, tanto que foi morto por isso.
Todos os milagres, além de revelar a doutrina, assinalam um item específico
dela. O que sinalizam é o que Deus revelou. Tomemos como exemplo os milagres
em honra de Nossa Senhora. Desde que os protestantes se separaram, os
milagres quase sempre acontecem em honra de Nossa Senhora. Deus está
assinando a importância da figura dela. Deus nos está chamando para termos
uma fé. Para termos uma fé adulta, racional, culta, não infantil, o critério
único necessário é o milagre.
Qual é
sua reação quando encontra um milagre?
É sempre
a mesma, digo: Obrigado, meu Deus. E tento difundi-los com todos os meios
disponíveis para o maior número possível de pessoas. Entendo os milagres
como verdadeiros mimos, carinhos de Deus.
“A casa em
que Jesus viveu saiu
de Nazaré e foi
parar na Itália”
O
senhor escreveu três livros sobre milagres. O assunto está esgotado?
Tenho
informações para escrever 12 livros só sobre milagres. No primeiro deles,
digo no prólogo que essa é a finalidade da minha vida. Estudei todos os
falsos milagres e os fui explicando naturalmente para tirar todas as
superstições e mostrar a verdade. O que me interessa não é só apontar erros,
mas difundir a verdade. Não adianta dizer que o Espiritismo está errado, que
a demonologia está errada, que o teosofismo está errado. A verdade vai
mostrar onde estão os milagres.
Qual é
sua opinião sobre o Milagre Eucarístico de Lanciano, em que hóstia e vinho
transformaram-se em carne e sangue?
É um milagre claríssimo. A hóstia converteu-se em carne humana,
petrificou-se, mas, ao ser examinada, tinha plaquetas e glóbulos vivos. O
tipo sangüíneo, tanto da carne quanto do sangue, é AB+, um tipo muito raro,
mas comum entre os judeus. Quando comparado ao sangue encontrado no Sudário
de Torino, se constatou que tinha a mesma concentração de glóbulos brancos e
vermelhos, de plaquetas, além de também ser AB+.
Quais
outros milagres o senhor já constatou?
Lanciano
é o mais famoso milagre eucarístico, mas existem fenômenos exatamente iguais
em Siena, Paris e Salamanca. Há os corpos incorruptos de santos que se
preservaram durante séculos sem que ninguém possa explicar. A Santa Casa de
Loreto, onde viveram Jesus Cristo e Nossa Senhora, de Nazaré, foi parar,
inteira, num vale, em Loreto, na Itália. Um quadro grande de Nossa Senhora
do Bom Conselho arrancou-se da parede, com gesso e tudo, e foi parar em
Genesano, na Itália. A NASA fez testes, confirmou que foi arrancado de algum
lugar, e entre o quadro e a parede passam raios laser – ou seja, ele está no
ar.
O senhor
diz que hoje só existem milagres relacionados ao Catolicismo. Por quê?
Porque
Deus só pode ter revelado uma única religião. E Ele assina a religião que
revelou. Como saber qual a verdadeira religião entre 56 mil existentes? Por
intermédio dos milagres. Eles aconteceram no Judaísmo antigo, até o século 2
a.C. e no Cristianismo até os protestantes decidirem se separar [no século
16, com a Reforma Protestante]. Atualmente, os milagres só ocorrem na
religião Católica.
Entrevista publicada em:
Revista
das RELIGIÕES – O Mundo da Fé/Superinteressante,
Edição
Extra,
N.º 1, Junho 2004, páginas 60 e 61.
Texto
Michelle Veronese
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