Astrologia |
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Antiga Astrologia – Astrologia, etimologicamente,
significa: Tratado dos Astros (do grego astron e logos).
Antigamente, todo e qualquer estudo, conhecimento ou afirmação (verdadeiro, falso, teórico ou prático) relacionado com os astros era englobado sob o nome geral de Astrologia. Durante séculos, o astrólogo exerceu, ao mesmo tempo, três funções, tendo os astros como eixo das três: era um teórico, um prático e um adivinho. Como teórico, pesquisava a existência, localização, forma e movimento dos astros. Como prático, pretendia catalogar e aplicar as possíveis influências dos astros no nosso planeta. Como adivinho, o astrólogo pretendia desvendar os roteiros que haveriam de seguir o mundo, as nações ou as pessoas particulares. Hoje é importante diferenciar claramente esses três aspectos da antiga astrologia: Teórico- O que hoje chamamos Astronomia. Prático- O que deveríamos chamar propriamente Astrologia; pesquisa científica incipiente Adivinhação- O que popularmente se chama hoje de astrologia mas na realidade se deveria chamar de Astromancia (manteutike= arte de adivinhar; ou manteia=adivinhação). Nascimento e desenvolvimento Uma das primeiras "ciências" ou base de ciência a se desenvolver foi a Astrologia (englobando os três aspectos). A Caldéia é considerada o berço da Astrologia. Mas parece que a Astrologia já era conhecida antes. Os caldeus acreditavam que as constelações zodiacais e as estrelas eram moradas de deuses e que por por meio de observação dos movimentos dos astros era possível prever os acontecimentos humanos. A adivinhação adquire muita importância na mesopotâmia. Os magos, para predizer o futuro, junto a outras técnicas de adivinhação (como pela direção que tomavam as flechas ao serem disparadas, o vôo dos pássaros, etc), guiavam-se pela localização das estrelas. Entre os magos caldeus existiam uma classe muito especial que eram os Gazrim, cuja missão consistia no estudo dos astros e as suas influências. Foram numerosos,porque a astrologia era, entre as "ciências" a mais prezada. No Egito, os astros eram considerados deuses. Achavam que tinham que conhecê-los. Ninguém mais autorizado que eles para dirigir os acontecimentos da Terra. Nenhum método melhor, portanto, para a adivinhação (a divinis=procedente dos deuses, na etimologia latina). Paralelamente à conceituação dos astros como deuses, deve-se destacar o conceito ocultista. No antigo Egito e nos países de sua influência, o Cosmos era considerado como um todo. O homem (o microcosmos) é uma cópia dos astros (macrocosmos). Do conhecimento dos astros e suas órbitas se poderia deduzir mais ou menos fielmente a "órbita" dos homens. Na China e na Índia, não há notícia de que se fizessem adivinhações astrológicas antes do contato direto destes povos com a cultura mesopotâmica. Entre eles, o mais velho indício de previsões astrológicas é uma coleção caldáica feita sob o reinado de Sargão, o Velho, pelo ano 700 ªC; desta coleção descobriu-se uma cópia nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal, em Nínive. No Tibet, tudo era consultado aos astros. Continuaram-se estendendo e aprofundando os conhecimentos astrológicos nos seus diversos aspectos, e é assim que chegam à Roma, onde se difundem durante o Império de Tibério. A astrologia no Império Romano alcança muita importância. No aspecto de influência, respeitava-se especialmente a Lua, pois, segundo se afirma, ela podia ser muito nefasta. A astrologia foi derivando cada vez mais para fantasias, claramente recebidas no paganismo latino, especialmente da decadência. É preciso lembrar que é característico da história, nos momentos de decadência moral e religiosa, o fato de o homem, incapaz de achar consolo e recurso em si mesmo, procurar refúgio em fanatismo, práticas e crenças absurdas e supersticiosas, como um substituto da religião. A influência grega A astrologia que começou como um dos métodos mais importantes de Adivinhação na antigüidade, atingiu no século II a.C. os gregos, enriqueceu-se em detalhes e teve sua utilização entre os antigos egípcios, hebreus, árabes e europeus medievais. Foram os caldeus que se instalaram em Atenas que levaram a astrologia para Grécia. Entre eles Pazatas, Beroso, Gabriá; entre os astrólogos gregos, o mais famoso foi Arato. Inicialmente, os gregos, pouco propensos a superstições, não se interessaram muito pelo aspecto adivinhatório da Astrologia. Só aceitavam o conhecimento dos astros no seu aspecto de localização dos deuses: o aspecto mitológico. O aspecto de adivinhação só se estendeu na Grécia depois das expedições vitoriosas de Alexandre Magno, quando os antigos meios de adivinhação, os oráculos "inspirados pelos deuses" já careciam de crédito. Nos primeiros tempos da astrologia caldáica, as predições eram exclusivamente referentes ao rei e ao país. A procura das decisões dos deuses-planetas não era senão excepcionalmente baseada na data do nascimento. O que na realidade contava era o aspecto do céu nos momentos em que os acontecimentos importantes, para o rei e para o país, podiam sobrevir. São os gregos os que substituem a astrologia do estado por uma concepção "democrática", afirmando que: - qualquer um, mesmo o mais humilde escravo, tem direito a horóscopos pessoais. - a data do nascimento é a base para predizer o futuro de um recém-nascido. Este direito outorgado a todos, de conhecer seu futuro, com presságios individuais, leva os gregos a ampliar e complicar a doutrina astrológica. Horóscopos É assim e neste ponto que nasce a astrologia (astromancia) produtora de horóscopos. Horóscopo significa: Observação da hora (do grego ora e scopiá). O zodíaco astrológico é atribuído aos Babilônios. Doze signos que correspondem às doze constelações do sol. Pelas figuras que a imaginação via na posição das estrelas, as constelações recebem os nomes de sagitário, peixe, virgem, leão, etc. As figuras do zodíaco foram para os gregos, as pedras angulares da astrologia dos horóscopos. Cada constelação teria caracteres especiais. De acordo com a hora (daí o nome horóscopo) em que nascem as pessoas ou em que acontecem os fatos, cada homem ou coletividade estaria submetido à influência da constelação emque, naquele dia e hora, estivesse o sol. Conhecendo as características de cada signo do zodíaco, seria possível prever o caminho que aquela pessoa ou aquele acontecimento haveriam de percorrer. Tolomeu - o codificador A astrologia foi sistematizada 150 anos a/c por Claudio Tolomeu, astrólogo, matemático e geógrafo greco-egípcio.As bases da astrologia (astronomia, astrologia e astromancia) foram firmadas na sua obra "Tetrabiblos" (quatro livros). Pouco a pouco, unindo as velhas concepções às novas, foram se perfilando as características de cada planeta. As influências dos astros eram também consideradas benignas ou malignas conforme o grau de umidade que se lhes atribuia. Os úmidos eram benignos (Vênus, Lua, Júpiter), e os secos, malignos (Marte e Saturno). Os árabes cultivaram a astrologia desde o século XII, e através da espanha, se infiltrou a astrologia na Europa cristã. Nos dias de hoje A Astrologia, assim como outras superstições, cresceu extraordinariamente. Um grande número de emissoras de TVs e rádio, livros, revistas e jornais reservam espaço para os horóscopos É uma Superstição muito espalhada e explorada, segundo a qual existiria um "relacionamento ativo" entre os astros e cada homem, individual e coletivamente, e mesmo um "Destino" escrito nos astros, o qual poderia ser interpretado para dirigir ou ajudar na compreensão da vida das pessoas e dos povos e mesmo de toda a humanidade. Mediante o uso das tábuas de efemérides para preparar um Horóscopo, o Astrólogo obtém uma composição nas doze Casas que mostram no momento particular, as posições relativas dos planetas, constituindo os Signos, o que tornaria possível descrever os momentos favoráveis para as ações. Estudaria assim, o sincronismo e a causalidade, estabelecido entre os astros que nos rodeiam e os seres e objetos na terra, pretendendo ensinar a conhecer e calcular os efeitos, as indicações, as predisposições e a influência que as estrelas e os planetas pretensamente exerceriam. No entanto, segundo minuciosas pesquisas realizadas, nenhuma correlação foi encontrada entre os traços característicos das pessoas e os seus Signos, como também não no proceder e nos acontecimentos das pessoas, de cada povo ou da humanidade. A Astrologia só tinha sentido na ordem lógica, quando se acreditava que os astros eram deuses.
Janet Vega (Revista de Parapsicologia 18) e Oscar G. Quevedo S.J. |