Candidatos para o feitiço |
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Mais de uma vez nos referimos à credulidade supersticiosa como "motor de arranque"do mecanismo do feitiço. Trata-se realmente de uma reiteração desnecessária porque supersticioso e sugestionável são quase sinônimos. O supersticioso, na terminologia de Pavlov (fisiologista russo), está sinalizado (predisposto), e o feitiço é o estímulo-sinal que desencadeará o processo. É claro que se o indivíduo, além de supersticioso é vítima de algum tipo de desequilíbrio psicológico, por dupla razão se converte em "candidato" ideal e natural para o feitiço. Conforme o grande especialista Joseph Tónquédec, são os paranóios os que com maior frequência se apresentam como vítimas de feitiços que pretensamente querem arruinar suas empresas, alterar sua "saúde", etc. É igualmente certa a afirmação de Amadou (parapsicológo francês): "O paranóico inventa os mais incríveis relatos de embruxamento e atribui àqueles que o rodeiam sentimentos hostis, desmentidos pelo comportamento dos mesmos." Rhine (parapsicológo norte-americano 1895-1980) aponta exatamente para esta direção: "em certos estados patológicos, especialmente quando associados com ilusões de perseguição...talvez a mais comum dessas crenças ilusórias...seja aquela na qual o enfermo acredita que é vítima de alguém que o está influenciando telepaticamente, impondo-lhe pensamentos negativos ou fazendo-lhe algum mal à distância. O "êxito" ou "fracasso" do chamado feitiço não dependem em absoluto, das agulhas, bonecos ou rituais mágicos, nem dependem da vontade do feiticeiro, mas sim da crédula superstição da chamada "vítima". Em parapsicologia se conhece o termo "Subjugação Telepsíquica" para designar o êxito de feitiços para pessoas sugestionáveis. Mais lógico seria enquadrá-lo na sugestão telepática, S.T., dada a condição de "sugestionável" que necessariamente deverá ter a pessoa visada. Mas se esta pessoa não for supersticiosa, o feiticeiro pode sugerir as maiores "maldições", que estará perdendo seu tempo. Riso terapêutico - Mesmo um ocultista, como Alphonse Luis Constant (Elíphas Leví), admitiu expressamente que o êxito do feitiço depende da alienação do "enfeitiçado". "Um grande meio de resistir ao "enfeitiçamento" (na verdade auto-sugestão) é não o temer; pois age à maneira das doenças contagiosas. Em tempo de peste, os que têm medo são os primeiros atacados. O meio de não temer é não ocupar-se dele, e aconselho firmemente às pessoas nervosas, fracas, crédulas, histéricas, supersticiosas que nunca abram um livro de magia ou coisas do gênero, e não escutarem os que falam de ciências ocultas, esoterismos e afins. RIAM DESSAS COISAS, NÀO ACREDITEM NELAS. É igualmente clara e expressiva a afirmativa do não menos conhecido ocultista (e médico) espanhol Papus, para "toda pessoa que zomba do feiticeiro encontra-se desde logo em disposição mental de não sofrer a "influência mágica"".
Pedro G. Quevedo |