Céu

     Todas as religiões, de todas as épocas e de todos os povos, falam de algum tipo de céu eterno. O conceito essencial de céu está incutido na Alma humana. 

   Mas ao redor desse miolo certo do consenso universal, cada religião "adorna" o céu claramente com mesquinhas projeções para a eternidade.

   Na realidade, a única descrição do céu admissível é aquela da Revelação cristã: indescritível (Lc 12, 23; Jo 3, 13; 2Cor 12,2-4; etc). 

   Só isso tem lógica pois nada nem ninguém poderá jamais descrever o que será o estado após a Ressurreição, onde se participa "face a face" da visão de Deus. 

   Como Deus está em toda parte, não pode haver lugar algum que possa ser designado como céu, trata-se de um estado de felicidade indescritível, compreensivo de todo o universo na eterna presença, conhecimento e participação Sobrenatural em Deus.

   E foi revelado que são muitíssimos os que se salvam. Possivelmente todos. Por exemplo: ”Deus, Nosso Salvador, quer que todos os homens sejam salvos... Cristo Jesus se deu em resgate por todos... Colocamos a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens” (1Tim 2, 3-5; 4,10). “Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados. E não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”. Etc. 

     E o valor salvífíco da Redenção é infinito. Por exemplo: “Onde abundou o pecado, superabundou a Graça” (Rom 5,20). E como é o Céu? Sabemos que é participar, cada qual segundo seus merecimentos, da felicidade de Deus. 

    Mas descrever o Céu... Lembro, até com emoção, daquele genial caipira de Porto Alegre: Pe. Quevedo, o senhor quer saber como é o Céu? Imagine tudo o que puder de bom, duplique-o, duplique-o mais uma vez, .mais outra, mais milhões de outras vezes... E concluiu: “O Céo é inda muito mai melhô de bão”. 

    Exato. Como descrever a visão da infinita beleza, da infinita bondade, da infinita... tudo infinito? “Ao vencedor concederei sentar-se comigo no meu trono, assim como Eu também venci e estou sentado com meu Pai em seu trono” (Ap 3,21). “Os justos vivem para sempre, recebem do Senhor sua recompensa, cuida deles o Altíssimo. Receberão a magnífica coroa real, e das mãos do Senhor o diadema de beleza” (Sb 5,15s). 

    Descrever o Céu é completamente superior à capacidade humana:     Os primeiros cristãos perguntaram a São Paulo, como era o céu. São Paulo pediu a Deus que o mostrasse a ele. E após ter recebido a revelação de um vislumbre do céu, São Paulo "explica": "coisas que os olhos não virão nem os ouvidos ouviram nem pode a inteligência humana imaginar. Tais são os bens que Deus reserva para aqueles que o amam" (1 Cor 2,9). Inimaginável. Incompreensível.

    

Pe. Oscar G. Quevedo S.J.

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