Conceito e Características

      O Milagre é uma intervenção livre de Deus, fora do curso normal da natureza.

Santo Tomás de Aquino

      A parapsicologia possui uma divisão específica para casos que transcendem os fenômenos humanos. São chamados de fenômenos Supranormais, sobrenatrurais (SN)- (Milagres) -

       O cientista não pode ver a Deus atuando. A Divindade e as consequências religiosas dos fatos, não são objeto direto da ciência. Esta se limita aos aspectos fenomenológicos, aos fatos. Determina também, o ambiente e o contexto histórico, como um aspecto a mais dos fatos.

      A Parapsicologia estuda as características e ambiente em que ocorrem os milagres. Com esse estudo se chegou a conclusões Fantásticas.

      Tal verificação científica demonstra que os prodigiosos fenômenos sobre-humanos, SN, ocorrem, única e exclusivamente, num contexto religioso-divino-cristão-católico.

      Os Milagres são, pelo seu contexto, a assinatura (PROVA) de DEUS para toda sua Doutrina. Não são favores particulares de Deus em sua essência ( é claro que acaba sendo para quem recebe); mas num sentido amplo e que vale para toda a humanidade, são as provas irrefutáveis da existência de Deus e sua assinatura para toda sua Doutrina.

      Cada aspecto da Doutrina está confirmada por milagres através da História. Por exemplo: a Eucaristia ( Confirmada por muitos Milagres Eucarísticos (Veja Milagre eucarístico de Lanciano).

       Poderíamos descrever a Parapsicologia, como um dos ramos da ciência que estuda o incomum. E que interessa muito à religião por dois motivos: primeiro, porque muitíssimas religiões fundamentam-se nestes fenômenos, sem jamais tê-los estudado. Segundo, para se ter uma religião racional, culta.

      Robert Amadou, padre melquitamaronita (católico), que é parapsicólogo, define a Parapsicologia como o estudo dos fundamentos, verdadeiros ou falsos, de todas as religiões. Podemos dizer que é um estudo dos milagres verdadeiros ou falsos. A partir desse estudo sobre milagres, a ciência comprovou que os únicos fenômenos supranormais verdadeiros, os ditos milagres, só ocorreram em ambientes do antigo judaísmo e no mundo católico.

      Após o cisma ou reformas protestantes, os milagres cessaram nos ambientes cismáticos e protestantes, enquanto na Igreja Católica eles continuaram em profusão.

      Os racionalistas, principalmente no século XIX, organizaram uma campanha mal intencionada, arrastando multidão de pessoas cultas, inclusive teólogos protestantes (chamados liberais) e católicos (modernistas). Deturparam caluniosamente até a definição de milagre, como se fosse violação, suspensão ou derrogação das leis da natureza. A maioria dos "especialistas" (?) acreditam hoje que essa falsa definição é a verdadeira, e por tão crasso erro opõem-se ao milagre.

      Na realidade, até o senso comum popular sabe que milagre é um fato no nosso mundo devido à intervenção de uma força sobrenatural. O milagre, por essência, não tem explicação natural. Tem que ser superior às forças da natureza. Por ser fato observável pertence às Ciências de Observação. O conjunto dos ramos da ciência que estudam o maravilhoso chama-se Parapsicologia. E por ser devido a um agente sobrenatural interessa à Teologia.

      Antes da pesquisa, o milagre poderia, hipoteticamente, dever-se a demônios, espíritos, fadas, deuses... "A gosto do consumidor". Após as pesquisas – hoje podemos dizer: – comprovou-se que milagres só acontecem em ambiente – religioso divino. Mais: sucessivamente só em ambiente judaico antigo, depois cristão até a separação de protestantes e cismáticos; depois só em ambiente católico.

      Neste ponto há descobertas muito significativas. Por exemplo, na incorrupção verdadeira de cadáveres (diferente de mumificação, saponificação, congelamento, etc, etc); na Catedral de Canterbury (anglicanos) há um cadáver incorrupto; e muitos cadáveres incorruptos na antiga Rússia (cismáticos). Mas todos esses cadáveres são de santos antes do protestantismo e do cisma! Depois continuou havendo muitos incorruptos, só no catolicismo...

      Concretamente o "Dom de línguas". No dia de Pentecostes São Pedro falou, ao mesmo tempo, 18 línguas diferentes. Ou nenhuma. Ou uma só. Mas foi entendido, cada um na sua própria língua, por milhares de pessoas. Milagre. Ambiente divino. Daí se deduz que Deus é o autor.

      Nunca em nenhum outro ambiente, em nenhuma parte do mundo, em nenhuma época, alguém falou ao mesmo tempo nem sequer duas línguas.

      O que pode ocorrer é o fenômeno parapsicológico humano chamado xenoglossia. Por esta faculdade, uma pessoa pode falar uma língua estrangeira – ou várias línguas sucessivamente -, sem nunca tê-las aprendido conscientemente. Deve-se à memória total e faculdades de adivinhação inconscientes. Causa forte impressão, mas é fenômeno natural.

      Todos os apóstolos falavam o dia inteiro as línguas e dialetos das regiões que visitavam. São Vicente Ferer pregava o dia inteiro em todos os inumeráveis dialetos da Europa do século XV, etc. Milagres.

      Há outros muitos tipos de milagre: revitalização de mortos; reparação instantânea com recuperação de substâncias óssea, muscular... (até pernas inteiras após anos de cortadas e enterradas); cura instantânea e definitiva da gangrena; cura de cegueira por atrofia ótica ou mesmo falta do olho; multiplicação de alimentos; tempestades do mar instantaneamente acalmadas, etc. Fenômeno por fenômeno, a Parapsicologia conhece hoje os limites naturais, superados imensamente pelo milagre ou poder divino. Muitos e claríssimos milagres.

      Comprovou-se que a finalidade do Milagre é sempre e principalmente confirmar e fundamentar a fé racional na única Revelação e Religião verdadeiras.

Pe. Oscar G. Quevedo, S.J.

Invocando o nome do Senhor

      Ao verdadeiro cientista, ao observador dos fatos, uma circunstância logo chama a atenção, antes mesmo de debruçar-se na análise dos próprios milagres. No Antigo Testamento, os fazedores de milagres jamais pretenderam fazê-los por uma força própria ou usando as forças da natureza: invocavam o nome de Iahweh- oração de petição- e a Ele atribuíam os Milagres. Os textos são inumeráveis. Por exemplo:"O povo murmurou contra Moisés... Moisés clamou a Iahweh e Iahweh lhe mostrou... pois Eu sou o senhor que te ama" (Ex 15, 24-26)

     Exatamente igual os apóstolos e discípulos. Oram antes de "realizar" o milagre: "Pondo-se de joelhos, orou" (At 9,40). Invocam o nome de Jesus para realizar os milagres: "Senhor, até os demônios (doenças internas, que na época eram mais misteriosas e defíceis de abordar) se nos submetem em Teu Nome" (Lc 10-17); "Sabei todos vós, assim como todo o povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo Nazareno..., é por Seu Nome e por nenhum outro" (At 4,10)

      E a mesma circunstância se observa em todos os "fazedores de milagres" (quem realiza é Deus) ao longo da história.

      Jesus pelo contrário, nunca orou para realizar um milagre, fazia-os pelo Seu próprio poder, porque "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30). Menos na revitalização de Lázaro, quando antes, Jesus orou e agradeceu ao Pai, mas "digo isto por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que Me enviaste". (Jo 11-42)

Pag 348 e 349 - Livro: "Milagres- A Ciência confirma a Fé"- Autor: Oscar G. Quevedo S.J.-Ed. Loyola

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