As datas do Sudário

30 d.C - Na tarde de 7 de abril, o corpo de Jesus é depositado no sepulcro e envolto num "pano de linho branco". Na manhã de Páscoa, o lençol é encontrado vazio (Jo 20, 5-6).

Século II - Chega a Edessa (hoje Urfa, na Turquia) uma imagem em tecido do rosto de Jesus.

525 - Durante os trabalhos de restauração da igreja de santa Sofia de Edessa, descobre-se a imagem do rosto de Jesus chamada mandylion (lenço). É uma imagem extraordinária, "não feita por mãos humanas!" (identificável com o sudário dobrado de modo a permitir ver só o rosto).

944 - Os exércitos bizantinos, durante uma campanha contra o sultanato árabe de Edessa, entram na posse do mandylion e o levam solenemente para Constantinopla, em 16 de agosto. Lá se constataque, na realidade, tratava-se do sudário dobrado.

1147 - Luís VII, rei da França, venera o Sudário durante sua visita a Constantinopla.

1171 - Manuel I Comneno mostra a Amalrico, rei dos Latinos de Jerusalém, as relíquias da Paixão, entre as quais o Sudário.

1204 - Robert de Clary, cronista da IV Cruzada, escreve que o sudário desapareceu de Constantinopla. É provável que o temor da excomunhão, prevista para os ladrões de relíquias, tenha provocado sua ocultação.

1314 - Os templários, ordem de cavaleiros cruzados, são queimados como hereges, acusados também de culto secreto a um "Rosto" que parece reprodução do Sudário. Um deles se chamava Geoffroy de Charny.

1356 - Geoffroy de Charny, cavaleiro cruzado homônimo do anterior, entrega o sudário aos cônegos de Lirey, em Troyes, na França. O precioso tecido estava com ele ao menos há três anos.

1389 - Pierre d'Arcis, bispo de Troyes, proíbe a exposição do Sudário.

1390 - Clemente VII, antipapa de Avinhão, trata do Sudário em duas bulas.

1453 - Marguerite de charny, descendente de Geoffroy, cede o lençol a Ana de Lusignano, esposa do duque Ludovico de Sabóia, que o guarda em Chambéry.

1506 -O papa Júlio II aprova a missa e o ofício do sudário, permitindo sua veneração pública.

1532 - Incêndio em Chambéry, na noite de 3 para 4 de desembro. Um lado incandescente da urna de prata que continha o Sudário queima o tecido ao longo das dobras; algumas gotas de metal fundido atravessam as várias camadas. Dois anos depois, as clarissas costuram os remendos hoje visíveis.

1535 -Por motivos de guerra, o lençol é transferido para Turim, e depois para Vercelli, Milão, Nice e novamente Vercelli onde permanece até 1561, quando é levado de volta para Chambéry.

1578 - Emanuel Filiberto leva o sudário para Turim para abreviar a viagem de São Carlos Borromeu, que queria venerá-lo, em cumprimento de um voto. Exposições por ocasião de certas celebrações da casa de Sabóia ou de jubileus se sucedem de trinta em trinta anos.

1694 - Em 1º de junho, o Sudário é posto definitivamente na capela construída pelo arquiteto Guarino Guarini, anexa à catedral de Turim. Nesse ano, o bem aventurado Sebastiano Valfré reforça os remendos e as cerziduras.

1898 - Primeira fotografia, feita por Secondo Pia entre 25 e 28 de maio. A emocionante descoberta do negativo fotográfico revela com incrível precisão a figura do Homem do Sudário. Iniciam-se estudos e pesquisas, especialmente médico-legais.

1931 - Durante a exposição por ocasião do matrimônio de Umberto de Sabóia, o sudário é fotografado novamente por Giuseppe Enrie, fotógrafo profissional.

1933 - Exposição em comemoração do XIX centenário da Redenção.

1939-1946 - Durante a segunda guerra mundial, o Sudário é escondido na abadia de Montevergine (Avellino).

1969 - de 16 a 18 de junho é feito um reconhecimento da relíquia por uma comissão de estudos nomeada pelo cardeal Michele Pellegrino. Primeiras fotografias em cores, feitas por Giovanni Battista Judica Cordiglia.

1973 - Primeira exposição pela televisão.

1978 - Celebração do IV Centenário da transladação do Sudário de Chambéry para Turim, com exposição pública, de 26 de agosto a 8 de outubro e, congresso internacional de estudos. Nessa ocasião, muitos cientistas italianos e estrangeiros, na maioria americanos, durante 120 horas consecutivas, efetuaram medidas e análises da relíquia para realizarem uma pesquisa científica multidisciplinar.

1980 - Em 13 de abril, exposição particular para o Santo padre João Paulo II.

1983 - Em 18 de março morre Umberto II de Sabóia; em testamento, doa o Sudário à Santa sé. Por decisão do Papa, a relíquia continua em Turim e é confiada à guarda do cardeal-arcebispo Anastácio Ballestrero.

1988 - É retirado do sudário um pedaço com oamostra para ser  submetido á datação pelo método do C-14. com base nessa análise, o Sudário seria da idade Média, atribuído a um período entre 1260 e 1390 d.C . As modalidades da operação e a confiabilidade do método para tecidos contaminados como o Sudário não são consideradas válidas por muitos estudiosos. Em 1995, o cientista russo Dmitri kouznetsov demonstra experimentalmente o que já havia confirmado num congresso realizado em Roma, em 1993, isto é, que o incêndio de 1532 modificou a quantidade de carbono radioativo presente no sudário, alterando sua datação, que pode ser situada no século I. d.C.

1992 - Em 7 de setembro, efetua-se um reconhecimento do tecido pelos peritos convidados, a fim de sugerirem iniciativas e providências apropriadas para garantir sua melhor conservação.

1993 -Em 24 de fevereiro, o Sudário é transferido temporariamente para trás do altar-mor da Catedral de Turim, para que se realizassem os trabalhos de restauração da capela de Guarini.

1995 - O cardeal Giovanni Saldarini, arcebispo de Turim e curador do sudário, anuncia duas exposições: uma em 1998, para comemorar o centenário da primeira fotografia, e a outra, em 2000, para a celebração do jubileu.

1997 - Na noite de 11 para 12 de abril de 1997 um incêndio causa danos gravíssimos à capela do Sudário, e se alastra no interior da Catedral. Os bombeiros foram obrigados a quebrar o vidro à prova de bala para salvar o sudário. No dia 14 de abril, uma comissão de peritos composta também pelo cardeal Giovanni Saldarini, examinou o estado do lençol. Constatou-se que não houve nenhuma danificação, e o cardeal confirmou as exposições programadas para 1998 e 2000.

Retirado do livro " Sudário- uma imagem impossível" de Emanuela Marinelli - Ed. Paulus

 

Voltar