Fenômenos de Efeitos Físicos |
|||
Classificação -- Em "A Face Oculta da Mente" dividíamos os fenômenos parapsicológicos em fenômenos de efeitos psíquicos (telepatia, clarividência, precognição...), de efeitos físicos (casas assombradas, levitações...) e de efeitos mistos (faquirismo, curandeirismo...). Mantemos a nomenclatura por ser mais clara, e por não estar oficializada a que foi proposta na Conferência de Parapsicologia celebrada na Universidade de Gotinga (Alemanha) em 1960. Segundo esta nomenclatura a Parapsicologia estudaria os fenômenos parapsíquicos (efeitos psíquicos), parafísicos (efeitos físicos) e parabiológicos (efeitos mistos). Muitos anos antes, o Congresso Internacional de Investigações Psíquicas, celebrado no ano 1923, em Varsóvia, após afirmar expressamente que não desconhecia os efeitos mistos, classificava os efeitos "puros" em parapsicofísicos (efeitos físicos) e parapsicológicos (efeitos psíquicos). Mas também esta nomenclatura não triunfou entre os especialistas. É que não são todos parapsicológicos? E outras nomenclaturas são mais particulares ainda, e mais falhas. Alguns autores reservam a palavra médium às pessoas que manifestam fenômenos de efeitos físicos. Sem dar ao termo médium conotação espírita, senão unicamente para conservar a nome que os supersticiosos davam então às pessoas mais pesquisadas nos inícios da Parapsicologia. O estudo dos fenômenos de efeitos psíquicos foram inicialmente menos pesquisados. E podem empregar-se termos particulares, como sensitivo, hiperestésico, metagnomo etc, para designar as pessoas que manifestam determinados fenômenos de efeitos psíquicos. E curandeiro, feiticeiro, faquir etc., as pessoas que manifestam fenômenos de efeitos mistos. Hoje o termo psíquico(s) é aplicado em geral às pessoas que manifestam qualquer fenômeno parapsicológico, sem distinções. Raridade e importância - Os fenômenos de efeitos físicos são muito mais raros do que os fenômenos de efeitos psíquicos. Somente um pequeno número de psíquicos é capaz de produzi-los. E mesmo entre os psíquicos que manifestam fenômenos de efeitos físicos é muito comum tratar-se apenas de fenômenos mais simples como tiptologia (golpes ou pancadas sem contato) fotogênese (luzes) ou em último caso, bem mais raro, a telecinesia (movimentos de objetos, sem contato). Mesmo nestes fenômenos mais simples raramente conseguem algum grau mais notável. E são pura exceção os psíquicos que produzem fenômenos de ectoplasmia, fantasmogênese, etc. Esta mesma raridade, tornou o fenômenos de efeitos físicos mais desconhecidos e mais discutidos do que os fenômenos de efeitos psíquicos. Mesmo entre os conhecedores que, como tais, admitem os fenômenos parapsicológicos de um modo geral, encontram-se posições as mais extremas de aceitação ou rejeição com respeito aos fenômenos de efeitos físicos. Mas certamente existem. E são, em geral, mais espetaculares, mais admirados que os fenômenos de efeitos psíquicos. E pela sua mesma natureza, mais interessantes e com maiores implicações, em geral, para outros ramos da ciência, tanto experimental como dedutiva. Isto é, não só para a fisiologia, medicina, psicologia, psiquiatria, senão também para a filosofia e até para a Religião. A força causadora - Para explicar os fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos todos os grandes especialistas, antigos e modernos, estão de acordo em que os psíquicos exteriorizam uma força... As divergências surgem quando se trata de estabelecer a natureza dessa força. Para uns trata-se de uma força material, sensorial (EN, Extranormal). Para outros de uma força imaterial, extra-sensorial PN, Paranormal). Fora do campo científico, há outras tendências: Os fenômenos parapsicológicos não seriam uma manifestação dos homens vivos, mas manifestações de outros seres como espíritos de mortos, exús, orixás, larvas astrais Ets, demônios, anjos, etc., ou do mesmo Deus. Em outras oportunidades estudamos estes temas intimamente relacionados com a Parapsicologia, e rejeitamos detidamente tais "explicações", só admitindo excepcionalmente intervenções, claríssimas, muito superiores, de Deus no nosso mundo natural, Fenômenos SN, Supra-Normais. Deixando agora de lado os fenômenos SN, milagres de Deus, contra a escola Norte-Americana, que defende nos fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos a exteriorização de uma força imaterial, PN, deveremos provar que esses fenômenos se devem unicamente a exteriorização de uma força material, EN. Só de alguns destes fenômenos de efeitos físicos trataremos nestas séries agora iniciadas. Revisão necessária - É praxe os autores escreverem restringindo-se aos estudos de uma só determinada escola. Desta forma as afirmações ou negações são necessariamente incompletas., e às vezes falsas. É necessário recolher todos os estudos, o da escola norte-americana e o da russa, da França, da Alemanha, da Itália..., o antigo e o moderno. Hoje, já é possível uma análise e avaliação justa das experiências e observações dos antigos. O tempo se encarregou de desgastar as teorias fracas e a distância nos permite uma visão de conjunto.
A futura investigação - Modernamente, pouco se fez na pesquisa de fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos, exceção feita para os últimos anos. A "Sociedade de Investigações Psíquicas" de Londres, alegou que era necessário primeiramente investigar os efeitos psíquicos, os fenômenos de conhecimento, mais freqüentes e mais facilmente analisáveis em laboratório. Outros alegaram que já acabou (?!) a época dos grandes psíquicos de efeitos físicos... Em todo caso, hoje já está suficientemente desvendado o mistério dos fenômenos parapsicológicos de efeitos psíquicos. É necessário abordar os de efeitos físicos. No Brasil, devido à lamentável e imensa difusão do espiritismo e demonismo, que ocasiona comentários e discussões contínuas sobre estes fatos, as pessoas que manifestam fenômenos de efeitos físicos são mais numerosos. Havia falta total aqui de pesquisa, com desperdício, de excelentes oportunidades de análise científica. Para tal nas Faculdades Anchieta, de São Paulo, fundou-se um amplo e modelar Instituto de Parapsicologia, que se transformou no CLAP. Fraudes sempre? - Provavelmente, as freqüentes fraudes foram o principal motivo de muitos "conhecedores" terem rejeitado os fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos. A fraude foi sempre um "handicap" a superar na pesquisa parapsicológica. Por isso ao estudarmos os fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos, necessariamente temos de insistir, mais do que noutros temas, na exposição das fraudes. Mas, do fato de que existam muita fraudes não se pode deduzir, sem mais, que os fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos sejam sempre fraudulentos... Fora do espiritismo e demonismo - Na revisão das observações e experiências até hoje realizadas, escolhemos as realizadas por sábios conhecidos. Não citaremos, a não ser esporadicamente, os fenômenos em sessões de espiritismo e demonismo, tão cacarejados em certa mídia. O ambiente, a formação (melhor, a :: deformação) dos assistentes, etc., impedem uma verdadeira observação científica. Repetimos as palavras de Richet, que aliás refletem o parecer geral dos pesquisadores: "Seria alongar desmesuradamente o capitulo da metapsíquica objetiva (isto é, a parapsicologia com referência aos fenômenos de efeitos físicos) referir todas as experiências consignadas nos jornais espíritas (e de pentecostalismo...). Notemos somente que as condições de controle eram manifestamente piores que as dos casos que acabo de relatar". Fora do ambiente de espiritismo, demonismo, bruxaria, aissuaísmo, faquirismo, yoguismo, etc. ou em casos sem classificação definida, isto é, no ambiente geral e comum da sociedade, os fenômenos parapsicológicos são muito mais aptos para estudo do que dentro dessas sessões exibicionistas. Os teóricos de todas essas denominações supersticiosas pretendem resolver a dificuldade dizendo que os fenômenos que se dão foram das sessões são realizados por médiums, possessos etc. inconscientes, instrumentos inconscientes dos espíritos dos mortos, dos demônios etc. Logicamente, e na realidade (como iremos publicando), é tudo o contrário: também os chamados médiuns, possessos, bruxos, pitonisas, aissáuas etc. são psíquicos que manifestam faculdades parapsicológicas que nada têm a ver com o além. O próprio Camilo Flammarion, que fora colaborador de Allan Kardec e um dos mais destacados pioneiros do espiritismo, quando já começava a convencer-se de que os fenômenos parapsicológicos nada têm a ver com os espíritos os mortos, proclamava: "Em matéria do espiritismo (...) nota-se que as comunicações ditadas pelas mesas estão em relação com o estado de alma, com as idéias, opiniões, crenças, conhecimento etc. dos próprios observadores. Serão então um como reflexo desse conjunto. Prejulgando o que estava por demonstrar, a palavra 'médium' é inteiramente descabida, considerando a pessoa dotada dessas faculdades como intermediária dos espíritos e dos homens (...). A rotação de mesas, o seu levantamento, o desvio de um móvel, o agitar de uma cortina, a audição de rumores são causados por força emanada daquela pessoa ou do conjunto dos assistentes. Rigorosamente, nós não podemos dizer, para satisfazer nossas fantasias, que haja um espírito em tudo isso. E a hipótese (espírita, demonológica etc) é tanto menos necessária, quanto os pretensos espíritos (etc.) nada nos ensinam (...). A pessoa que exerce a principal influência nessas manifestações deveria chamar-se 'dinamógeno', pois que engendra força. Este parece-me o vocábulo mais apropriado, de vez que exprime o que se constata em todas as observações". Mas a palavra "dinamógeno" não se difundiu entre os especialistas.Pe. Oscar G. Quevedo S.J |