Milagres de Curas de Paralisia

ANÁLISES E REAÇÕES PERANTE AS CURAS DE PARALÍTICOS ATROFIADOS

Annie Teurquitel, a
ex-paralítica atrofiada,
"campeã" de bicicleta.

               

Racionalistas e modernistas -- Para o preconceito mal intencionado quando não doentio dos racionalistas e dos primeiros modernistas protestantes, a cura de paralíticos atrofiados..., tal milagre não existe. E a "irreflexão teológica" dos modernistas católicos de então e "modernizados" de hoje, de tão ingênua e precipitada talvez também igualmente doentia, repete que todas essas curas de paralíticos atrofiados e aleijados (do que falamos no artigo anterior) não passam de lendas bíblicas, só para transmitir a mensagem doutrinal.

          && E os casos idênticos, ao longo da história posterior? (logo citarei mais alguns casos entre centenas).

            *** Escreve o jesuíta Pe. Latourelle, nada menos que decano de teologia e professor de teologia fundamental da Universidade Gregoriana de Roma e é  publicado nada menos que no "Dicionário de Teologia Fundamental". Expressa a  posição da quase totalidade dos teólogos:

            "Quando se estuda o problema do milagre, incluídos aí os milagres de Jesus, a dificuldade principal diz respeito à própria idéia de milagre que é rejeitada antes de qualquer exame dos fatos propostos. Em matéria de milagres, mais do que em qualquer outro campo, a questão está encerrada desde o início. Os relatos de milagres pertencem a outra época, a outra mentalidade. Reconhecê-los como realidade histórica significaria dar prova de uma ingenuidade tão desconcertante como anacrônica. Não se crê mais nos milagres, da mesma forma que não se crê mais nas fadas ou nos fantasmas. O que está em jogo é a própria possibilidade do milagre num universo que se basta a si mesmo".

            && Como sempre quando saem do âmbito exclusivo e específico da teologia, também agora é uma montanha de disparates. Mais disparates do que linhas:

            1º) *** "A dificuldade principal diz respeito à própria idéia de milagre"...

            && Diagnóstico exato. Como temos visto, os racionalistas e seus seguidores até os teólogos "modernizados" não sabem nem do que estão falando.

            2º) *** "A própria idéia do milagre é rejeitada".

            && Eis a posição generalizada. Os teólogos rejeitam com os cientistas racionalistas o milagre por causa de uma definição espúria. E por inércia após essa rejeição terminam por rejeitar também o verdadeiro milagre.

            3º) *** "Rejeitada antes de qualquer exame dos fatos propostos".

           && Portanto, meras disquisições teóricas sem valor. Irreflexão anti-científica e "irreflexão teológica".

            4º) *** "Em matéria de milagres, mais do que em qualquer outro campo, a questão está encerrada desde o início".

            && Tão desde "o início", que é antes de iniciar o estudo! Sem estudo! Confissão da mais ridícula irreflexão anti-científica e "irreflexão teológica". E não morrem de vergonha, proclamando sua posição...

            5º)*** "Os relatos de milagres pertencem a outra época, a outra mentalidade".

            && Época anterior e paralela à dos racionalistas e modernistas!, mentalidade que não se deixou arrastar por ridículos preconceitos.

            6º) *** "Reconhecê-los como realidade histórica significaria dar prova de uma ingenuidade tão desconcertante como anacrônica".

            && Quem é de ingenuidade desconcertante e anacrônica? Aquele que  estuda os fatos antes de afirmar ou negar, ou aquele que os nega "desde o início"? Bobos, ou de uma ingenuidade raiando na irracionalidade ou mesmo na loucura são os teólogos "modernizados", como o são os racionalistas do século passado e os seus seguidores ainda hoje que se negam a estudar os fatos e simplesmente os negam!

            7º) *** "Não se crê mais nos milagres"...

            && Milagres ou não milagres é tema que não pertence à fé ou à crença. Os milagres, verdadeiros ou falsos, são o preâmbulo da fé, verdadeira ou falsa. Os teólogos não sabem nem sequer isso? Milagres ou não, são fatos que corresponde  à Ciência estudar e diagnosticar.  

            8º)*** ... "da mesma forma que não se crê mais nas fadas ou nos fantasmas".

            && A parapsicologia provou que não há fadas, certamente. Mas quem provou que não há fantasmas, projetados pelas testemunhas? Será que os racionalistas e seus sequazes nem sequer ouviram falar de ectoplasmia, ectocoloplasmia, escotografia, transfiguração, fantasmogênese... ou, numa palavra, de ideoplasmia? Como é que podem "argumentar" com fatos de nosso mundo de que não conhecem nem os nomes?!

            9º) *** "O que está em jogo é a própria possibilidade do milagre"...

            && Isso é que há que estudar à luz dos fatos.

            10º)*** ... "num Universo que se basta a si mesmo".

            && Onde estará provada pela ciência racionalistas ou revelada aos teólogos modernistas, e a todos seus seguidores, essa solene idiotice ou blasfêmia?

            Racionalistas, modernistas etc. não analisam os fatos bíblicos. E os fatos não-bíblicos, então, "ignoram-nos" olimpicamente, nem se dignam olhar, ver, ouvir... (Is 6,11;Mt13,13par) O correto é analisar os fatos e só a partir dos fatos refutar, aceitar ou elaborar as teorias.
 

Fatos supranormais
 

            À distância - Bonuomo Beraldo, de Pascia, cheio de angústia foi visitar o famoso convertido e penitente eremita Lorenzo, um dos maiores taumaturgos da história.

            Expôs ao santo eremita que o pai, Beraldo, jazia em cama paralítico havia três anos. Inutilmente haviam gastado de médico em médico até o que não tinham, resistindo a aceitar que aquela paralisia era incurável. Rogou insistentemente ao santo que rezasse pelo pai para que Deus o curasse, porque a situação tornara-se desesperadora e mesmo insuportável.

            Com absoluta confiança em Deus, São Lorenzo garantiu ao jovem Bonuòmo que o pai sararia se ele prometesse que todos os anos, na festa da Purificação de Nossa Senhora, daria de comer a três pobres. Bonuòmo o prometeu. São Lorenzo o despediu, dizendo-lhe que fosse em paz a visitar seu pai.

            Quando o jovem chegou a casa, verificou que no mesmo instante em que São Lorenzo lhe dissera que fosse em paz, o pai havia sarado. Verificou-se três anos depois, para o processo de beatificação, do hoje santo Lorenzo, que a cura continuava perfeita.

            Seria ridículo recorrer ao poder da imaginação do paciente, excitada ou incutida à distância por telepatia (ST: sugestão Telepática). Cura instantânea, perfeita, duradoura..., de paralisia inveterada, incurável...

Coxo aleijado - Outro  milagre do mesmo tipo ou classificação pela intercessão também de São Lorenzo:

Gualtério, de Sublaco, tinha 3 anos de idade. Atacado de poliomielite, ficara aleijado de tal forma, que os pés aderiram às nádegas havia dois meses e meio, ficando completamente coxo.

A mãe e a avó, levaram o menino ao eremitério. Foram recebidas pelo irmão eremita, Amato, que, compadecido, consentiu em apresentar somente o menino ao irmão Lourenço. O famoso taumaturgo pegou o menino no colo e concentrou-se em oração a Deus. Testemunha o irmão Amato: "Imediatamente com suas orações, retornou-o à anterior saúde". Para o processo de canonização de São Lourenço, sete anos depois, verificou-se que a cura permanecia perfeita.

            Bem mais de doze milagres num só ano - No sumário da "vida e milagres" - dos realizados em vida - por Santa Mastídia de Troyes, afirma-se expressamente que são escolhidos alguns! Dos realizados só num ano!, citam-se doze. Entre eles, ao menos três milagres da classificação "coxos ou paralíticos atrofiados ou aleijados":

          *Um menino de 3 anos, da vila de Sens, paralítico e atrofiado das pernas.

            * Um homem paralítico havia 30 anos.

            * Um jovem hemiplégico que tinha todo o lado direito paralisado.

            E disse "ao menos três", porque com direito poderíamos incluir nesta classificação outros três:

           * Uma mulher aleijada, "estropiada".

             * Fez caminhar direito um aleijado que só podia se locomover penosamente com as quatro extremidades no chão.

             * E uma mulher com a mão esquerda imóvel e seca como a de uma múmia.

            O taumaturgo São Francisco de Paula - Quando o grande taumaturgo estava construindo o mosteiro em Spezza, diocese de Cosenza, levaram até ele num catre uma mulher de Cortona. Estava paralítica havia trinta anos. Não há que frisar a conseqüente atrofia.

            O Santo, como se só pensasse na obra, e rezando como habitualmente, mandou a paralítica ir até uma carroça, carregar nas costas uma grande pedra e levá-la aos construtores. A mulher conseguiu fazer aquele enorme esforço. Ficou então admirada, feliz, agradecendo a Deus tão bondoso milagre pela intercessão do Seu santo. Viveu depois sempre perfeitamente curada

            Pela invocação dos santos - Até agora falamos de curas de paralisia realizadas pela oração dos santos em vida, que podem propor-se, mas que não se levam em consideração nos processos de beatificação e canonização. São muitas as curas instantâneas e perfeitas de paralisia com atrofia, aprovadas como milagres alcançados pela invocação dos santos após a sua morte.   

            Abramos um parêntese - A propósito. Conversando em Diamantino, Mato Grosso, com uma senhora finíssima, ela me objetou:

            *** Nós, protestantes, rejeitamos a invocação e intercessão dos santos, porque segundo a Bíblia "há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus" (1 Tm 2,5).

            && Respondi: Mesmo que o Amazonas seja o maior afluente do mar, mesmo que fosse o único, isso não significaria que ele próprio não tenha muitos afluentes... Os católicos -respondi também, entre outros vários detalhes- temos presente que segundo a Bíblia a grande dignidade de haver sido em vida íntimos servos e amigos de Jesus, não se perde, antes se incrementa, na casa do Pai. São Pedro perguntou a Jesus: "`Eis que nós deixamos tudo e Te seguimos. O que é que vamos receber?´  Disse-lhe Jesus: `Em verdade vos digo que, quando as coisas forem renovadas, e o  Filho do Homem se assentar no Seu Trono de glória, também vós, que Me seguistes, vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tenha deixado casas ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou filhos ou terras, por causa do Meu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna'" (Mt 19,27-29par). Invocando a intercessão de Maria, Mãe de Jesus, e dos santos, Seus amigos, os católicos reconhecemos a dignidade e poder que o Rei concede à Rainha e aos Príncipes do céu".

 Nesse mesmo texto se vê que Cristo quer que os santos exerçam poder perante a divina Majestade.

 E o ponto de vista da parapsicologia, a partir dos fatos: Deus muitas vezes assinou com milagres a dignidade, em vida, desses seus herdeiros e filhos prediletos. É um fato constatado. Pertence à ciência. Igualmente é um fato constatado que Deus realiza muitos milagres pela invocação e intercessão dos santos que já herdaram a vida eterna.

 É a assinatura de Deus na ordem dos fatos, e não a soberba humana, a que deve decidir como é que se deve interpretar a Sagrada Escritura. Neste caso, como também são os milagres os que decidem qual é a verdadeira Revelação entre tantas religiões que se dizem reveladas.

"Nunca pensara nisso", respondeu-me com um sorriso. Pareceu-me que aquela finíssima senhora protestante ficou pensando... Fechemos o parêntese.

Apesar de "grandes" objeções - O tema é interessante para que o prezado leitor conheça um pouco de como se procede nos processos..., e principalmente para sair ao passo à ligeireza com que os racionalistas e... costumam desprezar os milagres, que nem conhecem!

Para a canonização de Santo Toríbio foi apresentada como milagre a cura, por sua intercessão, de uma paralisia total de ambas as pernas. Cura instantânea. Perfeita. Para toda a vida. Diagnosticada por grandes especialistas como certamente orgânica, concretamente efeito de doença venérea.

*** Uma grande objeção: foram usados remédios.

&& Mas muito acertadamente o postulador da causa provou: antes da cura milagrosa, havia três meses que não se usava remédio nenhum, porque os médicos ficaram convencidos da impossibilidade de curar tanto a doença venérea como a paralisia  conseqüente.     

                Por outro parte, os remédios aplicados antes dos últimos três meses eram  somente contra a doença venérea, contra a qual também não obtiveram êxito.

           Ficou bem estabelecido que os remédios não eram contra a paralisia,  para a qual seriam completamente inadequados: na época não se conhecia nenhum remédio para a paralisia de origem venérea senão os mercuriais, e nenhum remédio mercurial foi jamais usado naquele paciente.

            *** Outra grande objeção:  a atrofia muscular não era muito grande, porque só fazia três anos que aquela paralisia era completa.

            && Mas os médicos muito acertadamente frisaram a gravidade daquela paralisia. E que era efeito de lesões nos nervos e no cérebro. Mais ainda, perdera também completamente a sensibilidade: não sentia nem o fogo nos membros paralíticos.

            O tribunal escolhido pela Igreja aprovou o milagre, porque as dificuldades não se  aplicavam a este caso.

                E o poder da sugestão? - Na causa de canonização de São Pedro de Prado, missionário espanhol martirizado pelos muçulmanos de Marrocos, apresentou-se entre outros milagres a cura do irmão Gabriel: "cura completamente perfeita de artrite generalizada com paralisia. E dolorosa em qualquer movimento infligido em qualquer uma de todas a s articulações. A impossibilidade de movimento de todo o corpo fixara-se havia já oito meses. Não se conhecia medicamento para tal doença".

                *** Insinuaram ao promotor da fé "que talvez coubesse duvidar se poderia atribuir-se a cura (...) ao poder da imaginação e veemente esperança de obter a saúde pela intercessão do então beato (hoje Santo) João de Prado, a cuja intercessão o doente recorrera com sumo ânimo, piedade e confiança".

            O papa Clemente XI deu ordem a eminentes especialistas de dirigir "com máxima diligência" as pesquisas e garantir a verdade a respeito da objeção, "sem intuito nenhum de favorecer a causa" de canonização. "Obedeceram a ordem. Ponderaram a gravidade da doença, a súbita e perfeita cura, com exclusão de recidiva (...) Nada tinha a ver com imaginação. Nenhum doente de tal mal orgânico, com sangue denso e secreção compacta, jamais é curado por mais intensa que pudesse ser a sugestão. A doença crônica de que o irmão Gabriel sofria não era efeito psíquico ou da imaginação; era (além do mais) seqüela de um verdadeiro infarto e de secreção que causara grande febre e que depois passou aos músculos, tendões e articulações. Nestas o líquido sinovial (...) também ficou estragado durante oito meses (...) E o grupo de médicos concluiu que a cura havia que atribuí-la a milagre".

            O milagre foi aprovado pela Sagrada Congregação dos Ritos.

            Paralítico de ambas pernas -- Filipi Sacaglioni, de 14 anos, era coxo e paralítico de ambas as pernas. De nascença. Nunca pode se agüentar em pé. Para locomover-se um pouco, só quando as circunstâncias lhe permitiam puxar com os braços rastejando sobre os joelhos. Evidentemente, não sendo suficientes os braços em mil circunstâncias, alguém tinha de carregá-lo para ir a qualquer lugar.

            Estava deitado na cama, como a maior parte do tempo, "quando ouvi na rua que se avizinhava a procissão, organizada pelos franciscanos capuchinhos, a fim de trasladar as relíquias de São Bento, o Mouro, da igreja matriz para a nova igreja por eles construída, em nossa terra" (...)

            "Pedi à minha irmã Vicencia que me tomasse ao colo e me sentasse à beira da janela para contemplar a procissão (...) Roguei ao santo me curasse das pernas" (...)

            "Quando a procissão passava, pus-me a andar. Apoiava os pés no chão perfeitamente, (...) as pernas haviam ganho força e robustez (...), andava livre e alegremente, coisa que nunca fizera em minha vida. Daí uma alegria enorme e admiração. E ao mesmo tempo pus-me a gritar que em mim se dera um milagre (...), podendo caminhar e correr sem estorvo e sem qualquer dificuldade"

            No processo depuseram muitas testemunhas, constando da publicação ao menos 33. Foi aprovado o milagre.

            Evidentemente não pode ser histeria. Nem a doença nem a cura. Destaque-se também que num instante aprendeu a andar, pular, correr quem nunca tinha nem sequer se mantido em pé.

            São dois milagres - O eminente parapsicólogo Robert Tocquet, vice-presidente do Instituto Metapsíquico Internacional (o prestigioso IMI, de Paris) e professor de antropologia, entre os milagres de cura de paralisia escolhe um precisamente para destacar o aspecto de aprendizado instantâneo de todos os reflexos e automatismos do andar, que no ser humano são complexos e de lento estabelecimento. Duplo milagre. 

            Elise Erl, de perto de Munique. Tem 3 anos de idade. A criança é raquítica. De nascença. Suas pernas estão destituídas de musculatura e são desproporcionadas no comprimento. Nunca deu um só passo. Não pode manter-se em pé.

            Ao fim do dia, enquanto a criança se distrai na cadeira onde a sentaram, seu pai, Georges Erl, lê a descrição de uma cura milagrosa devida à intercessão do irmão Conrad, porteiro do convento de Altôtting, e que morreu com fama de santidade. Trata-se no caso de uma criança de Mühldorf que, com paralisia das duas pernas, fica repentinamente curada. Profundamente impressionado pela leitura, Georges Erl, dirigindo-se à mulher exclama: "Oh!, se nossa Elise pudesse também começar a andar, amanhã mesmo eu iria ao convento para agradecer ao irmão Conrad!' Mal pronunciadas estas palavras, a menina pula da cadeira como se movida por uma força misteriosa. Elise, que um minuto antes nem sabia andar, corre para seu pai dizendo: 'Olha, papai, como eu me tornei uma mocinha!'"

            "O caso de Elise Erl foi uma das curas estudadas e aprovadas, junto com a outra da criança de Mühldorf, pela Sagrada Congregação dos Ritos para beatificar o irmão Conrad, que foi depois canonizado sob o nome de São Conrad de Parzham".

            Três paralíticos - O maior parapsicólogo de todos os tempos, insuperável e inigualável, Próspero Lambertini ou papa Bento XIV, resume:

            "Entre outros milagres para a canonização de São Peregrino Laziosi, apresentaram-se curas de paralisia: a primeira delas considerada uma verdadeira e perfeita paralisia de todo o lado direito, hemiplegia. Não só havia perdido o movimento, senão também a sensibilidade. Comprovaram-no primeiro com ásperas e violentas pressões nos dedos, depois com picadas de agulhas, não dando mostra nenhuma de dor".

            "No segundo caso, tratava-se de paralisia de nascença até os doze anos de idade, com os membros e músculos inferiores atrofiados".

            "E a terceira paralisia era decorrente de doença crônica com convulsões e com chagas nos membros".

            As três paralisias com suas causas e efeitos, curado tudo perfeita, instantânea e duradouramente.

            Análises meticulosos -- Bento XIV insiste sempre em que deve ficar bem claro que a paralisia era de causa orgânica grave e incurável, e que foi curada instantânea e duradouramente.

              Assim com respeito a uma muito famosa cura de paralisia alcançada pela   invocação e intercessão de São Pedro de Alcântara. Uma nobre senhora, de Florencia, havia muitos meses estava, após um acidente, com os músculos das coxas contraídos. Encomendou-se piedosamente ao  humilde franciscano espanhol, que fora também de família nobre, e sarou da paralisia instantânea e perfeitamente.

            A cura só foi aceita como milagre após haver ficado bem estabelecido que se tratava de paralisia de origem orgânica. Escrevem os médicos comissionados: "Trata-se de órgãos desbaratados ou estragados, de nutrição em parte dificultada e mesmo impedida, de tendões retraídos, de partes esmagadas, e de outros fatores semelhantes. A imaginação (histeria) aqui tem pouco lugar".

          Acrescenta o insuperável Bento XIV: "Tanto nas bulas de canonização como nos relatórios dos auditores da Rota freqüentemente se mencionam, entre os milagres, liberações instantâneas de paralisia claramente orgânica".

          "Pelo que se refere às bulas, entre outras as dos santos Udalrico, Domingos, Ricardo bispo de Inglaterra, Edwiges duquesa de Polônia, Luís rei da França, o sumo pontífice Pedro del Morrone que levou o nome de Celestino V, Nicolás de Tolentino, Inácio de Loyola; e pelo que se refere aos relatórios dos auditores da Rota entre outros os dos santos Tomás de Villanueva, Francisco Xavier, Felix de Cantalício, e outros".

           Estou querendo sugerir, paralelamente, que em todos estes artigos, cada caso é meramente um exemplo, tirado de entre centenas do mesmo tipo ou de cada classificação.

             Escolhamos um século só --  Ou comecemos pelo século XVIII, o século do grande mestre dos parapsicólogos, Bento XIV. Ele mesmo nos processos de canonização considerou milagrosas primeiro quando promotor, depois aprovou como papa, muitas curas instantâneas de paralisia indiscutivelmente orgânica:

            Para a canonização de São João da Cruz foram aprovadas, entre outros milagres, duas curas de paralisia.

            Cura de paralisia também para a canonização de São Jacobo de Marccia e de São João  Nepomuceno.

            A cura obtida pela invocação de São Vicente de Paula foi de paralisia e atrofia conjunta com convulsões.

            Para a canonização de Santa Juliana de Falconieri: uma hemiplegia com todo o lado direito paralisado e insensível. Durava já 56 anos. Provinha de apoplexia (perda de conhecimento) pouco depois do nascimento. A paralisia estava complicada com febre alta nos últimos seis meses, e com convulsões. Sarou tudo instantaneamente.

            Em plena época racionalista - Século XIX. O fato da cura da jovem Pétitot, um entre milhares dentro da classificação de que agora estamos falando, basta para  derrubar todas as teorias racionalistas e modernistas. Como as derrubam todos os milhares de outros milagres modernos de todas as classificações...

Annie Teurquitel paralítica de
nascença e atrofiada... dança
alegremente após a repentina
cura plena em Lourdes.

            Marie Francis Pétitot, de Neuchâtel, tinha 43 anos. À idade de 11 anos ficou paralisada. Ambas as pernas pareciam haver ficado grudadas juntas. Nunca mais conseguiu movê-las ou separá-las

            E nada que os médicos tentaram conseguiu separar as pernas ou restaurar a circulação sangüínea. O dr. Marcou, por exemplo, enfiou inteira a agulha de uma seringa numa perna da jovenzinha. (Além de Marie  Francis nem ter percebido), o médico não obteve o sangue que pretendia analisar: extraiu um líquido semelhante a água, levemente avermelhado. Sangue corrompido.

            Enfim, trinta e dois anos depois a paralítica foi levada numa padiola ao eremitério onde vivera e fora martirizado São Meinrado. No dia seguinte entrou carregada na igreja quando estava celebrando-se a Santa Missa. Logo depois era o momento solene em que o sacerdote levantava a Hóstia Consagrada para a veneração dos fiéis. E nesse mesmo instante (claro o sinal: os milagres é Deus quem faz, mesmo quando em honra e pela intercessão dos santos) Marie Francis Pétitot sentiu as pernas soltas, móveis, fortes. Levantou-se completa e perfeitamente curada. "Explodindo" de alegria pulou, caminhou... dando graças a Deus e a São Meinrado. Todos os anos, no aniversário do milagre, Marie Francis repetiu sua peregrinação.

           Século XX - Entre os dois milagres aprovados no processo de beatificação de São Vicente Pallotti, um foi a cura de Margarida Sandner, de Freiburg, dezessete anos paralítico e entrevada por esclerose difusa.

            Mas, tratando-se do século XX...

            ...Passemos a Lourdes - O santuário hoje mais famoso pelas suas curas e perfeito controle médico. Entre as curas que, apesar de todo seu rigor, os comitês de Lourdes aprovaram sem hesitação:

           Paralítica, a Irmã François-d'Assise havia quatro anos ficava imobilizada em cama. Seu médico, professor Dr. Burlureaux, exclama: "Eu jamais havia observado uma cura tão súbita e tão completa".

Não merece manchete? - Os dirigentes de mass-midia fingem que tão grande milagre alcançado pela delicadeza da Mãe de Deus não interessa ao público! Se fosse qualquer vulgar truque realizado por um curandeiro inescrupuloso, em ambiente de espiritismo, ocuparia grandes manchetes. Num cantinho de 4x4cm o maior jornal do Brasil, e só esse jornal, simplesmente comunica:

            "Milagres de Lourdes. José Luis López, espanhol paraplégico desde os 3   anos de idade, curou-se milagrosamente depois de peregrinar a Lourdes, na França. Foi durante a bênção, e todos os médicos confirmam o milagre".

            Assim, tão singelamente...

            Fato maravilhoso, escassa repercussão - Em julho de 1971 um despacho da Associated Press não conseguiu impressionar muitos jornais, e certamente racionalistas e modernistas nem leram mais que o título:

          "Milagre em Lourdes?"

            "O Sr. Jean Dauriac, chefe de escala no aeroporto de Lourdes, há dado seu testemunho a respeito de uma extraordinária cena produzida em presença e observada por uma dezena de outras pessoas no hall do aeroporto".

            "Paralítica de nascença, uma menininha de 3 anos e meio, Tania Hogan, cujos pais, hoteleiros de Dublin, vieram participando de uma peregrinação nacional irlandesa a Lourdes, pôs-se de repente a caminhar".

            "'Eu estava ocupado em registrar os passageiros'- conta o Sr. Dauriac - e a Sra. Hogan tinha nos seus braços a filhinha. Num determinado momento, a Sra. Hogan pousou docemente sua filha no chão, segurando-a toda. De repente os peregrinos olharam gritando. A Sra. Hogan havia ficado muito pálida, pregada no lugar, e todos os assistentes viram a menininha pôr-se a caminhar e percorrer mais de trinta metros no hall´".

            "'O pai seguiu a filhinha, enquanto a mãe, presa de uma emoção intensa, se refugiava num canto do hall para chorar e rezar, tudo ao mesmo tempo. Após esta cena patética e após o embarque, eu tive de subir ao avião para a decolagem'".

            *** E a nota da Associated Press não faz mais que um comentário simplório, talvez até ridiculamente malicioso: "O Bureau das Constatações Médicas de Lourdes terá de enfrentar estes fatos acontecidos à margem de toda cerimônia religiosa, a doze quilômetros do santuário de Lurdes".

            && Precisa  responder? Como se alguém sensato pudesse duvidar de que o milagre está claramente vinculado à peregrinação e oração a Na. Sra. de Lourdes.

            Neste caso, como em muitos outros em que a cura é concedida na viagem de volta ou já em casa, a objeção dos racionalistas de que poderia dever-se ao ambiente exaltado (?!) ou à emoção em Lourdes fica também delicadamente descartada por Nossa Senhora. Precisamente por ser "a doze quilômetros do Santuário de Lourdes" não é racional, senhores racionalistas, imaginar que se trata de influência do ambiente e dos parentes.

            A objeção racionalista, por outra parte, esbarra na própria curta idade da menininha, incapaz de tal auto-sugestão; o milagre foi concedido quando já os pais perderam a esperança, quando já estavam sentindo-se abandonados pela Mãe Santíssima que nunca abandona nenhum dos seus filhos mesmo que estes não o entendam...

            Um pouco mais destacado - O jornal Paris-Match noticiou em uma coluna e foi reproduzida sem comentários nem destaque por alguns outros jornais:

          Cura instantânea e perfeita do menino italiano Paolo Tecchia. A família não era muito religiosa então.

          Nem sequer se comentou que esse "então" evidentemente significa que agora, após o milagre, os familiares sim são religiosos, com uma fé firme ou confirmada e cheios de agradecimento.

            Moram no pequeno povoado de Casapulla, a uns quarenta quilômetros de Nápoles. Haviam tentado tudo. Inutilmente. Acumulavam-se análises e verificações dos melhores especialistas: o menino é tetraplégico, por lesão cerebral no parto, irreversível, paralisia de nascença, conseqüente atrofia. O menino Paolo, de sete anos de idade, além de quase cego e completamente mudo, arrasta-se sobre as quatro extremidades, cotovelos e joelhos, no chão.

            A mãe, Lúcia, em 1º de julho de 1974, leva o menino a Lourdes quase "só para tentar a sorte". Reza na gruta de Massabielle. Depois leva o menino à piscina. E Paolo num instante aprende a caminhar, pula, corre, brinca como qualquer menino sadio da sua idade.

            O Posto de Constatações Médicas revisa e registra toda a história clínica de Paolo Tecchia. É uma das 4.000 curas extraordinárias registradas no centro médico daquele santuário mariano. Paolo deverá se apresentar durante cinco anos para a constatação de que a cura continua perfeita.

            O "Paris-Match", que na sua publicação nem aludiu à cura da vista nem da mudez, fornece um detalhe significativo: "No Natal seguinte Paolo recebeu como presente uma bicicleta, que ele usa continuamente na cidadezinha". Portanto, continua não só a cura da paralisia, mas também da vista...

            O destaque merecido - Uma revista espanhola primeiro publica a notícia e algum tempo depois uma impressionante reportagem fotográfica.  

           "Uma história emocionante. Annie Teurquitel, paralítica desde pouco depois do nascimento, dança e anda de bicicleta normalmente". Ao voltar  a Infreville todos a recebem com a maior alegria, inclusive chorando de emoção ao ver descendo do trem por si mesma, caminhando, correndo, a que sempre conheceram entravada numa cadeira de rodas. Os jovens "querem comemorar os 20 anos de Annick, dia 12 de novembro próximo, com um 'baile do milagre'".

            Após nova verificação pelos 50 médicos do Bureau de Lourdes, de novo expandiu-se a notícia do milagre. "O acontecimento causou verdadeira surpresa (...) em especial na localidade francesa de Infreville, onde Annie reside com sua família".  As fotos da revista mostram que "a jovem vive uma maravilhosa existência, fazendo tudo aquilo que normalmente faz qualquer jovem da sua idade e que até agora estava impossibilitada de fazer". As fotos mostram Annie Teurquitel passeando pelas ruas da cidade, andando de bicicleta e dançando bem agitadamente.

            Também a revista brasileira Manchete (8-XI-75) alude à reportagem da agência Sygma: "O último milagre de Lourdes: Depois de vinte anos numa cadeira de rodas, a paralítica levantou-se e andou. Os cientistas e os jornais da Europa acompanham o fato".

            *** Mas a revista brasileira comenta: "A ciência atual não reconhece nada como definitivamente inexplicável (?). O que parece milagre hoje pode ter explicação científica amanhã" (?).

            && A revista brasileira precisa acrescentar esse comentário estúpido? Lamentavelmente teremos em outra série de artigos de enfrentar diretamente essa e parecidas objeções, não porque em si mesmas mereçam qualquer consideração, senão unicamente porque estão muito difundidas pelos racionalistas, verdadeira lavagem cerebral..

Pe. Oscar G. Quevedo S.J.

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