O aviso da morte

Dois fatos narrados pelo Pe. Friederichs, S.J:

1) "Uma jovem, em Campinas (SP), acorda de súbito e verifica no relógio de cabeceira serem 6:35 da manhã.

   Ao sentar na cama vê no espelho do guarda-roupa refletida a imagem de seu noivo, que deveria estar então a 300 quilômetros.

   Mais tarde verificou-se que o moço sofrera um acidente de caminhão, sendo atropelado. Seu relógio quebrara-se no momento do acidente; marcava exatamente 6:35 da manhã.

2) A Srta. May, no seu quarto, tem a sensação súbita de que alguém entra no aposento. Não enxerga nada, mas de repente sente um longo e terno beijo sobre a fronte. May levanta a cabeça e vê detrás da cadeira seu noivo, ainda inclinado para abraçá-la. Depois tudo desaparece. Naquele mesmo dia, longe de lá, o noivo era vítima de um acidente de cavalo" (Cf. Panorama da Parapsicologia ao Alcance de Todos – Ed. Loyola – pág. 299).

   Estas narrações são muito parecidas com milhares de outras de avisos da morte que andam por aí. Só que nos casos acima citados não houve mortos, mas mesmo assim servem para explicar o mecanismo de tais avisos.

   Todos nós somos receptores e transmissores. Estamos continuamente transmitindo idéias ou sentimentos e estamos, ao mesmo tempo, captando idéias ou sentimentos dos outros. Só que tudo fica sepultado no inconsciente.

   De repente, é possível o inconsciente excitado de alguém emitir fortes sinais telepáticos que podem ser captados por outra pessoa. Quanto maior o vínculo (afetivo, de parentesco, etc) mais propensão para captar os sinais, muitas vezes ricos de detalhes e até de imagens.

   São muitas as histórias que já ouvimos: espelhos se quebram sem motivo aparente, quadros que caem, "fantasmas" que aparecem para dizer que aconteceu uma tragédia... Como em muitos casos as notícias envolvem mortes, facilmente são interpretados como sendo o "espírito do morto" que se deslocou para avisar sobre o ocorrido. Mas não é bem assim.

   Uma pessoa na agonia da morte emite sinais, idéias e até energia capaz de mover objetos à distância. Qualquer coisa para chamar a atenção. Há no agente um forte desejo de comunicar-se com alguém, principalmente familiares e pessoas do seu círculo de amizade. O percipiente capta espontaneamente estes sentimentos. Só isso. Nada mais além. Trata-se de Telepatia Sobre o Inconsciente Excitado. Do vivo, é claro.

   Não está descartada a possibilidade de ocorrerem tremendos enganos em tudo isso. "Avisos" que não avisam nada. Ainda bem. Isso nos tranqüiliza, pois as desgraças que tememos nem sempre acontecem. Graças a Deus!

Pe. Jayme de Moura Pereira

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